Brasília (DF) - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nesta quinta-feira (25) o nome de Carlos Alberto Decotelli Silva para o cargo de ministro da Educação. Decotelli é bacharel em Ciências Econômicas pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e ex-presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Ele sucede Abraham Weintraub, que pediu demissão da pasta após 14 meses no cargo e anunciou que irá assumir um posto de diretor representante do Brasil no Banco Mundial. O nome de Decotelli não estava entre os cotados para a vaga e a nomeação, feita no Facebook de Bolsonaro, aconteceu de forma inesperada, sem avisos, exatamente uma semana após a saída de Weintraub. Ministro das Comunicações propõe visitar jornais e sinaliza trégua com mídia. O novo ministro também é Mestre pela FGV, Doutor pela Universidade de Rosário, Argentina e Pós-Doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha. Oficial da Reserva da Marinha, Decotelli auxiliou no processo de transição de governo Bolsonaro junto à equipe do Ministério da Educação.
Diálogo
O novo ministro afirmou também que pretende resgatar e intensificar o diálogo com o parlamento, em especial com as comissões de Educação da Câmara e do Senado a respeito das propostas parlamentares para a Educação para o momento pós-pandemia do novo coronavírus. Questionado sobre algum pedido de ordem ideológica por parte de Bolsonaro, Decotelli negou que teve qualquer conversa com o presidente sobre o tema. “Não houve nenhuma demanda, ou nenhuma fala sobre competência ideológica. Eu sou um gestor de Finanças e Administração, então o presidente falou ‘aplique a ciência e aplique a integração para que possamos entregar a melhor política pública para educação no Brasil”. Decotelli afirmou que o convite do presidente para que assumisse a pasta o pegou de surpresa - ele teve a conversa com Bolsonaro na manhã desta quinta - e que sua gestão estará baseada no tripé “diálogo, gestão e integração operacional”.
“Fazer em primeiro lugar uma gestão voltada para a sociedade brasileira, conforme o marco regulatório da Educação. Fazer em segundo lugar um melhor diálogo com as entidades representativas da educação como universidades federais e centros técnicos, melhor diálogo com entidades de classes”, elencou Decotelli, em entrevista na tarde desta quinta.
Quem é Carlos Alberto Decotelli?
Financista, Decotelli realizou pós-doutorado na Bergische Universitãt Wuppertal, na Alemanha; é doutor em administração financeira pela Universidade Nacional de Rosário, na Argentina; mestre em administração pela Fundação Getúlio Vargas – FGV/EBAPE; e possui MBA em administração pela FGV/EBAPE/EPGE. Decotelli já havia assumido um cargo no governo Bolsonaro em fevereiro de 2019, ao chefiar o FNDE durante a gestão do ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez e deixou o posto em agosto do mesmo ano, quando Vélez foi demitido da pasta. “Ele é uma pessoa com muita sensibilidade social e está longe da radicalização ideológica. Gostei dele justamente por isso e acho que é uma pessoa que pode somar muito no governo. Vai atender as demandas da sociedade e tem uma capacidade de diálogo muito grande”, avaliou Vélez, em entrevista à CNN Brasil. Mais cedo, Bolsonaro comunicou Renato Feder, secretário de Educação do Paraná, de que ele está fora do páreo. O secretário se reuniu ao menos duas vezes com o presidente. Um dos motivos que levaram o secretário a desidratar na bolsa de apostas foi o fato de ele ter sido um dos doadores da campanha de João Doria (PSDB) ao governo de São Paulo em 2018.
Fontes: Yahoo Notícias / www.poptvnews.com.br