Deputados do PT na Câmara protocolaram neste domingo (22/1), uma representação criminal no Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) por suspeita de crime de genocídio contra os povos Yanomami em Roraima. Damares é ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos de Bolsonaro. O ato encaminhado ao MPF também se estende a todos os ex-presidentes da Funai durante o período de de janeiro de 2019 a dezembro de 2022, ou seja, no mandato do governo anterior. Segundo os parlamentares , houve “ação” ou “omissão dolosa” do ex-presidente e outros integrantes do governo, que contribuiu de maneira decisiva para a contaminação dos rios com mercúrio, com impactos diretos na alimentação (pesca) e condições de saúde dos indígenas, que sobrevivem onde não deveria haver garimpos tanto legais como ilegais. “Essa política de extermínio dos povos Yanomami e de outras comunidades indígenas, conduzida com galhardia e prazer pelo ex-presidente da República, já vinha sendo denunciada no país e no exterior, tendo sido inclusive, recentemente, objeto de documentário produzido por pesquisadores estrangeiros ...”, diz um trecho da representação. No sábado (21/1), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o povo indígena Yanomami — que enfrenta a aceleração de casos de insegurança alimentar e desnutrição infantil. Lula viajou a Roraima acompanhado pelos ministros do Desenvolvimento Social (Wellington Dias), da Saúde (Nísia Trindade) e dos Povos Indígenas (Sonia Guajajara). O Ministério da Saúde estima que cerca de 570 crianças foram mortas por contaminação de mercúrio, desnutrição e fome. Durante a visita, Lula anunciou medidas, como a melhoria do transporte e o atendimento médico oferecido aos indígenas.
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