O empresário Raif Jibran Filho, de 44 anos, é dono de um restaurante de alto padrão em Alto Paraíso de Goiás, cidade turística na Chapada dos Veadeiros. Ele gravou e postou vídeo nas redes sociais durante invasão a órgãos públicos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, nos atos de 8 de janeiro. O g1 ligou e enviou mensagens para o advogado do empresário, às 7h57 de sábado (21/1), mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. Na sexta-feira (20/1), durante a Operação Lesa Pátria, a Polícia Federal localizou o empresário no Rio de Janeiro, mas ele fugiu pela janela de uma casa quando agentes tentaram cumprir mandado de prisão contra ele, na Barra da Tijuca. Não há informação se ele foi preso depois dessa tentativa. Registros nas polícias de Goiás mostram que existem denúncias contra ele por estelionato, em 2018 e 2021, e por ameaça. Não foram revelados, porém, detalhes das ocorrências. Raif Jibran também responde processo no Tribunal de Justiça de Goiás por invadir parte da Fazenda Raizama, em agosto de 2022, em Alto Paraíso de Goiás. O dono das terras pediu liminar para tirar o empresário de lá. A liminar foi concedida pelo juiz Fernando Oliveira Samuel, em 18 de novembro de 2022, que também estipulou multa de R$ 5 mil em caso de nova invasão. "O requerido [Raif] invadiu parte do imóvel rural, colocando cerca com arame e piquete", diz a decisão do magistrado. O nome de Raif Jibran também aparece como ex-sócio de um hotel fazenda em Corumbá de Goiás. Depois de ter a identidade divulgada na internet, perfis do empresário nas redes sociais estão sem fotos e informações sobre ele. Apenas o perfil do restaurante ainda tem fotos e informações sobre o comércio. Nas imagens gravadas durante a invasão, ele relata o confronto com as forças de segurança, quando fala sobre tiros de borracha e gás lacrimogêneo.
Fuga
Segundo a Polícia Federal, o empresário fugiu de Goiás para o Rio de Janeiro depois dos atos golpistas. Os agentes foram ao condomínio onde ele estava, na Barra da Tijuca, mas o empresário conseguiu escapar pulando pela janela de casa. A operação foi ordenada pelo Supremo Tribunal Federal, que expediu oito mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão. As ordens são cumpridas no Distrito Federal e nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, e Mato Grosso do Sul.
Os alvos são investigados pelos seguintes crimes:
abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
golpe de Estado;
dano qualificado;
associação criminosa;
incitação ao crime;
destruição;
deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.