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Segurança

Sergio Moro diz que morte de Ágatha Félix no Rio foi um evento infeliz, uma tragédia que está em apuração

Menina de 8 anos morreu após ser atingida por um tiro durante ação policial. Declaração de Moro foi dada durante apresentação das ações da Força Nacional para combater a criminalidade em Goiânia

Foto: Vitor Santana/G1
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Ministro Sergio Moro se reúne com o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, e o governado de Goiás, Ronaldo Caiado

23 setembro, 2019

Por Vitor Santana e Paula Resende, G1 GO

Goiânia (GO) - O ministro Sergio Moro disse  segunda-feira (23/09) que a morte de Ágatha Vitória Felix, de 8 anos, durante uma ação policial no Rio de Janeiro, já está em investigação e, só a partir do resultado, podem-se "tirar conclusões". "O evento que aconteceu é terrível. Mas os fatos estão em apuração(...). Foi um evento infeliz, a morte de uma criança é sempre uma tragédia", completou o ministro da Justiça e Segurança Pública. A declaração foi dada em Goiânia durante uma reunião para acompanhar o andamento do programa “Em Frente, Brasil”. O projeto enviou equipes da Força Nacional para combater a criminalidade na capital goiana. Ágatha morreu na noite de sexta-feira (20). Ela estava dentro de uma Kombi com a mãe, quando foi baleada nas costas. Moradores afirmaram que PMs do RJ atiraram contra uma moto que passava pelo local, e o tiro atingiu a criança. Já o porta-voz da corporação alegou que não há indicativo da participação de um policial militar na morte da criança. Após a morte de Ágatha, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu "uma avaliação muito cuidadosa e criteriosa sobre o excludente de ilicitude", que prevê isenção de punição a policiais em algumas situações e que está em avaliação no Congresso Nacional. A manifestação do político foi feita no domingo (22), em uma rede social. Nesta segunda-feira, o ministro ponderou que o assassinato de Ágatha não deve prejudicar a avaliação do pacote anticrime, enviado por ele ao Congresso Nacional, em fevereiro. "Diante da falta de esclarecimento de toda circunstância, qualquer juízo em relação ao efeito disso para a proposta que nós colocamos no Congresso me parece prematura. Pelo que vejo, sem os fatos terem sido ainda esclarecidos, não haveria uma situação que poderia invocar a legítima defesa. A proposta do projeto anticrime diz respeito ao aperfeiçoamento do instituto da legítima defesa. Então, pelo que caminha o esclarecimento dos fatos noticiados por cima, mas que precisam ser confirmados, não haveria uma situação compatível para o qual se aplicaria o projeto anticrime", afirmou.

Morte de PM

Durante o evento, o ministro também lamentou a morte do soldado da PM, Walisson Miranda Costa durante o trabalho, em Aparecida de Goiânia. Ele prestou condolências aos familiares. “A alta taxa de criminalidade nos cobra um preço alto e o que tentamos é diminuir as vítimas da violência cotidiana (...). Todas as vidas importam. Esse é o mote do ministério e nossa política de segurança pública, mais do que reduzir números, quer proteger pessoas”, disse.

Força Nacional

A reunião começou às 8h30, no Paço Municipal. Entre as autoridades estavam o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). “Estamos vendo todo esforço do estado e os bons resultados no combate à criminalidade. Isso mostra a importância dessa parceria. Goiânia foi selecionada por critérios técnicos, mas também é uma escolha do governo e da prefeitura aceitar esse projeto”, disse o ministro. Ao todo, 100 militares foram enviados para Goiânia, única capital a receber o projeto. Eles começaram a atuar no dia 30 de agosto e devem ficar por pelo menos quatro meses. O foco é atuar nas regiões oeste e noroeste da capital, onde os índices de criminalidade são maiores. “A violência no Brasil é geral, mas ele também é específico, localizado em determinados territórios. A ideia principal do projeto é a integração. Os recursos são limitados e sempre serão. Temos que focalizar esses recursos e nos integrar. Esse é o propósito, uma verdadeira união entre os governos, com planejamento, intensificação e saturação das polícias”, completou. O governador Ronaldo Caiado também comemorou a parceria entre as forças policiais e disse que isso vai gerar reforço na segurança em outras regiões. “A Força Nacional é um reforço, ainda com novos armamentos, então há uma troca de experiência. E, com isso, podemos diminuir o efetivo nessas áreas e direcionar para outras regiões, como o Entorno”, disse.

Acidente

No momento em que a comitiva do ministro passava pela BR-153, um motorista acabou batendo em um dos carros do comboio e provocou um engavetamento. Ninguém ficou ferido. Devido ao acidente, uma caminhonete bateu na traseira de um dos carros e, na sequência, outros dois carros também foram se envolvendo no engavetamento.

Agenda à tarde

A agenda de Moro continuou à   tarde com uma visita técnica na base da Força Nacional em Goiânia, localizada na sede do Comando de Policiamento da Capital. Lá foram apresentados alguns índices do combate à criminalidade em Goiás este ano. Também foi feita uma avalição do trabalho da Força Nacional de Segurança capital. Em seguida, por volta das 15h, a comitiva seguiu para a Escola Municipal Joaquim Câmara Filho, no Jardins do Cerrado IV, um dos setores onde é promovido o programa de segurança federal.