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Novembro de 2024
Brasil

Violência

Sargento do Exército se rendeu antes de morrer

Bruna voltava de um dia na Praia de Copacabana com o marido, sua irmã e as crianças quando o carro enguiçou num local ermo

Foto: Divulgação
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Bruna era sargento da Brigada Paraquedista

02 setembro, 2020

Rio de Janeiro (RJ) - A sargento do Exército Bruna Carla Borralho Cavalcanti de Araújo, de 27 anos, estava rendida quando foi baleada duas vezes na cabeça por um criminoso, na noite do último domingo, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Testemunhas afirmaram à Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) que ela levantou os braços acima da cabeça quando foi abordada pelo assassino. Os três sobrinhos da militar, de 3, 5 e 12 anos, estavam com Bruna no momento e viram a tia ser atingida. Bruna voltava de um dia na Praia de Copacabana com o marido, sua irmã e as crianças quando o carro enguiçou num local ermo. Segundo as testemunhas, o marido teria dito que o motor do veículo — um Cruze prata — havia aquecido. Nesse momento, a família foi abordada pelo criminoso. Após ser baleada, a militar foi socorrida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Pilar, mas não resistiu aos ferimentos. As crianças ainda estão traumatizadas. A mais nova ainda pergunta para parentes "por que o moço fez aquilo" com a tia. A DHBF trabalha com as hipóteses de roubo seguido de morte ou execução. O celular da militar — lotada na 21ª Brigada de Infantaria Paraquedista — estava no bolso na vítima e não foi levado pelo criminoso. Só um homem, com um capuz no rosto, participou da ação. Segundo as testemunhas, ele não ordenou que Bruna passasse o celular nem a carteira e, portanto, não reagiu ao descobrir que ela era militar. Quando o homem atirou, Bruna colocou as mãos no rosto tentando se proteger. Depois do tiro, o homem entrou no veículo e fugiu. Nenhum outro parente se feriu. A militar não portava nenhuma arma. A polícia já sabe que, três semanas antes do crime, a militar fez um registro de ocorrência contra o marido por uma agressão durante uma briga. Segundo testemunhas, o homem tinha ciúmes por Bruna ter muitos colegas de trabalho do sexo masculino: ela era a única mulher na Brigada Paraquedista. A militar foi arranhada no braço durante a briga. Na semana seguinte, Bruna e o marido se reconciliaram e voltaram a viver juntos. O sonho da militar era saltar de paraquedas. De acordo com parentes, faltava pouco tempo para ela fazer o curso interno do Exército que daria a permissão para que ela fizesse o primeiro salto. O corpo de Bruna foi enterrado às 11h desta terça-feira no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, Zona Oeste do Rio. A irmã da militar, Bárbara, fez um desabafo nas redes sociais. "Que a justiça seja feita e não caia no esquecimento como mais uma vítima ou mais um número pra estatística de uma violência que só aumenta, porque a família não esquece nunca. É um vazio que jamais será preenchido. Tiraram uma filha dos seus pais, uma irmã tão querida que era o nosso elo forte, tiraram uma tia dos seus sobrinhos", escreveu.  Informações sobre o autor do crime podem ser enviadas para o Disque-Denúncia pelos números (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177. O anonimato é garantido.

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