Segunda-feira, 25 de
Novembro de 2024
Brasil

Inutilidade

Relatório do PL é visto como “inútil” e “um erro” por advogados de Bolsonaro

Documento pede invalidação de boa parte dos votos no segundo turno, o que daria vitória a Bolsonaro

Foto: REUTERS/Carla Carniel
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Advogados que atuaram com Bolsonaro (foto) avaliam relatório do PL como "inútil" e "um erro"

23 novembro, 2022

Advogados que trabalharam nas campanhas de Jair Bolsonaro (PL) avaliam que o relatório usado pelo PL para pedir a invalidação de boa parte dos votos no segundo turno das eleições é “inútil” e “sem propósito”. Eles consideram que a estratégia usada foi “um erro”. A percepção, apurada pela coluna de Bela Megale, do portal O Globo, é compartilhada por boa parte de integrantes do governo, em especial, da ala política. A avaliação é de que a medida serve apenas para criar mais atritos entre o presidente e o poder Judiciário. Os profissionais que atuaram com Bolsonaro na campanha deste ano e em pleitos anteriores acreditam que o relatório não resultará em nenhum benefício para o mandatário. Na visão deles, Bolsonaro precisa superar a derrota e começar a se posicionar como o líder da oposição ao futuro governo Lula (PT). Ao receber o documento, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, pediu ao PL que apresente um relatório completo, já que as urnas eletrônicas citadas na petição inicial também foram utilizadas no primeiro turno – quando a sigla conseguiu eleger a maior bancada da Câmara e vários governadores.

O que o relatório do PL diz
A coligação alega que alguns modelos de urna que foram usados nas eleições possuem um problema que impede a realização da auditoria. Por isso, pede que eles sejam desconsiderados, bem como os votos que foram depositados neles. Segundo o PL, somente o modelo UE2020 de urna é confiável. O problema supostamente envolve 60% das urnas e, se forem desconsideradas, Bolsonaro teria obtido 51,05% dos votos válidos, contra 48,95% de Lula. No resultado oficial, o petista teve 50,9% dos votos, e o presidente teve 49,1%. Especialistas, no entanto, afirmam que o suposto problema não impossibilita a conferência dos votos.