Assunto bastante explorado mesmo antes da disputa do segundo turno, os ministérios do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seguem um mistério quase duas semanas depois do triunfo do petista sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL). Bastante questionado até por seu adversário na disputa presidencial sobre quais seriam as pastas e quem as assumiria, Lula ainda não confirmou nada neste sentido, o que deu margem a especulações nos últimos 11 dias. De certo, apenas o anúncio feito pelo presidente eleito nesta quinta-feira (10/11) de que seu vice, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), não será ministro em seu governo. Lula colocou Alckmin como coordenador da equipe de transição do governo e explicou que o antigo rival não disputará um ministério justamente por já ocupar o cargo de vice-presidente.
Aliados na disputa
A tendência é de que Lula se cerque de nomes que o ajudaram a montar a frente ampla que derrotou o bolsonarismo na disputa pela presidência, tanto os antigos aliados quanto os mais recentes. Um dos nomes fortes cotados para assumir alguma pasta é o de Simone Tebet (MDB). A terceira colocada no primeiro turno da eleição presidencial não só manifestou apoio a Lula no segundo turno como se tornou peça-chave e atuante na campanha do petista. Outros ex-candidatos à presidência são cogitados como futuros ministros do novo governo. Ex-ministro da Fazenda e candidato pelo MDB na eleição de 2018, Henrique Meirelles (União Brasil) é um destes nomes e pode voltar a assumir a Fazenda, segundo informações do jornal Valor Econômico. Quem também se enquadra nessa categoria é Marina Silva. Ex-ministra do Meio Ambiente nos primeiros mandatos de Lula, a deputada federal, eleita pelo Rede em 2022, rompeu com o PT após divergências e lançou-se candidata à presidência em três oportunidades (2010, 2014 e 2018), sendo derrotada no primeiro turno em todas. Agora, pode voltar ao Meio Ambiente ou às Relações Exteriores. Por outro lado, antigos aliados do presidente eleito e do PT também devem ter espaço nos ministérios. Derrotado no segundo turno da eleição para o Governo de São Paulo e ex-ministro da Educação de Lula e Dilma Rousseff, Fernando Haddad é um dos mais cotados para a Casa Civil, a Fazenda, as Relações Exteriores ou o Planejamento. A presidente nacional do partido e ex-ministra-chefe da Casa Civil no governo de Dilma, Gleisi Hoffmann é cotada novamente na Casa Civil, assim como Jaques Wagner, ex-governador da Bahia e ex-ministro-chefe da Casa Civil sob a tutela de Dilma, também apontado para o Ministério da Defesa.
Novas caras e ministérios
Se rostos conhecidos da política brasileira podem aparecer chefiando pastas no Governo Federal a partir de 2023, há especulações de que nomes famosos por outras atividades se juntem à equipe. De acordo com as especulações, a cantora Daniela Mercury pode assumir no Ministério da Cultura, assim como Bela Gil e sua mãe, Flora. Curiosamente, o pai de Bela e marido de Flora, Gilberto Gil, esteve à frente da pasta nos primeiros mandatos de Lula, entre 2003 e 2008. Além das novas caras, Lula deve implementar a criação de novos ministérios. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, há a expectativa de que as atuais 23 pastas - são 18 ministérios, duas secretarias e dois órgãos equivalentes - aumentem para até 34. Três das atuais pastas do governo Bolsonaro devem ser desmembradas em nove. O Ministério da Economia se transformaria nos ministérios da Fazenda, Planejamento e Comércio Exterior. A Justiça e Segurança Pública pode virar as pastas da Justiça, da Segurança Pública e dos Povos Originários. Já o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos se tornaria os ministérios dos Direitos Humanos, da Mulher e da Igualdade Racial. Há, por fim, a expectativa de que Lula recrie os ministérios da Cultura e da Pesca, reduzidos a secretarias pelo atual presidente.
Confira os possíveis ministros e pastas para 2023:
Advocacia-Geral da União
Jorge Messias
Silvio Almeida
Casa Civil
Jaques Wagner
Fernando Haddad
Wellington Dias
Gleisi Hoffmann
Controladoria-Geral da União
Gabinete de Segurança Institucional
Agricultura
Neri Geller
Carlos Fávaro
Simone Tebet
Cidadania/Desenvolvimento Social
Simone Tebet
Eliziane Gama
Tereza Campello
Ciência e Tecnologia
Márcio França
Cultura
Daniela Mercury
Bela Gil
Flora Gil
Gabriel Chalita
Marcelo Freixo
Defesa
Jaques Wagner
Educação
Simone Tebet
Izolda Cela
Fazenda
Fernando Haddad
Alexandre Padilha
Rui Costa
Wellington Dias
Henrique Meirelles
Pérsio Arida
Igualdade Racial
Indústria e Comércio Exterior
Josué Gomes da Silva
Márcio França
Infraestrutura
Mirian Belchior
Justiça
Flávio Dino
Ricardo Lewandowski
Marco Aurélio Carvalho
Silvio Almeida
Pierpaolo Bottini
Sérgio Renault
Mulher
Pesca
Saúde
Ludhmila Hajjar
Roberto Kalil
Alexandre Padilha
Segurança Pública
Marcelo Freixo
Flávio Dino
Comunicações
Jader Filho
Relações Exteriores
Aloísio Mercadante
Maria Luiza Viotti
Marina Silva
Mauro Vieira
Fernando Haddad
Minas e Energia
Desenvolvimento Regional
Guilherme Boulos
Márcio França
Meio Ambiente
Marina Silva
João Paulo Capobianco
Fernando Haddad
Planejamento
Fernando Haddad
Aloísio Mercadante
Gleisi Hoffmann
Rui Costa
Trabalho e Previdência
Turismo
Marta Suplicy
Direitos Humanos
Povos Originários
Sônia Guajajara
Célia Xakriabpa
Beto Marubo
Relações Institucionais/Governo
Alexandre Padilha
Secretaria Geral
Marco Aurélio Carvalho