Brasília (DF) - O PSL e o DEM publicaram uma nota conjunta para repudiar os discursos feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nos atos de 7 de setembro, tanto em Brasília, quanto em São Paulo. Os partidos negociam uma possibilidade de fusão e a nota, divulgada nesta quarta-feira (8/9), foi a primeira ação conjunta das legendas. No texto, PSL e DEM reforçam a importância da liberdade e da democracia. “O PSL e o DEM entendem que a liberdade é o principal instrumento democrático e não pode ser usada para fins de discórdia, disseminação de ódio, nem ameaças aos pilares da própria democracia. Por isso, repudiamos com veemência o discurso do senhor presidente da República ao insurgir-se contra as instituições de nosso país”, diz a nota. Os partidos ainda falaram em “dar um basta nas tensões políticas, nos ódios, conflitos e desentendimentos que colocam em xeque a Democracia brasileira e nos impedem de darmos respostas efetivas os milhões de pais e mães de família angustiados com a inflação dos alimentos, da energia, do gás de cozinha, com o desemprego e a inconstância da renda.” “Não existe independência onde ao cidadão não se garantem as condições para uma vida digna. O Brasil real pede respostas enérgicas e imediatas. Coloquemos as mãos à obra.”
Reação do PSDB
Além do PSL e do DEM, outro partido que se colocou contra Bolsonaro após o 7 de setembro foi o PSDB. O presidente do PSDB, Bruno Araújo, convocou uma reunião Extraordinária da Executiva para discutir a posição do partido sobre uma abertura de processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. O anúncio da convocação foi feito nas redes sociais do partido e justifica a reunião dadas as "gravíssimas declarações do presidente da República no dia de hoje (7/9)". O encontro será na quarta-feira (8/9).
Bolsonaro discursou contra o STF
O STF e os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso foram os principais alvos de Jair Bolsonaro (sem partido) nos discursos feitos ontem pelo presidente, tanto em Brasília quanto em São Paulo. Bolsonaro chegou a dizer que não cumpriria mais ordens de Moraes, por exemplo. "Ou esse ministro se enquadra, ou ele pede pra sair", disse Bolsonaro. "A paciência do povo já se esgotou." "Não vamos aceitar que pessoas como Alexandre de Moraes continua a açoitar a nossa democracia e desrespeitar a nossa constituição", disse o presidente. Ele reclamou da determinação de Moraes de mandar prender Jason Miller, ex-assessor de Trump, ouvido no inquérito dos atos antidemocráticos. "Saia Alexandre de Moraes, deixa de ser canalha. Deixe de oprimir o povo brasileiro e censurar os seus adversários." A expectativa é que às 14 horas de hoje (8/9)na abertura da sessão do Supremo Tribunal Federal, o presidente da Corte, Luiz Fux, discurse e responda ao presidente da República.