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Batismo

Preso pela PF, Pastor Everaldo batizou Bolsonaro no Rio Jordão

Presidente do PSC, Everaldo comandou a cerimônia em Israel, em 2016. Nesta sexta, o pastor foi preso em operação que também acabou por afastar Wilson Witzel do cargo de governador do RJ

foto: Ilustração
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Eu te batizo em nome do pai

28 agosto, 2020

Rio de Janeiro (RJ) - Preso nesta sexta-feira (28/8) pela Polícia Federal, em operação que culminou no afastamento de Wilson Witzel (PSC) do cargo de governador do Rio de Janeiro, o presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, foi o responsável por batizar Jair Bolsonaro (sem partido) nas águas do Rio Jordão, em Israel, em 2016. À época deputado federal, Bolsonaro era filiado ao PSC, sigla pela qual Everaldo disputou a Presidência da República em 2014. Na ocasião do batismo, o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) tramitava no Senado.As imagens da cerimônia foram compartilhadas nas redes sociais por grupos religiosos. Antes de mergulhar o atual presidente nas águas do Jordão — local onde, segundo a tradição cristã, Jesus foi batizado —, Everaldo questiona: "Jair Bolsonaro, você acredita que Jesus é o filho de Deus? Acredita que Ele morreu na cruz? Que Ele ressuscitou? Está vivo para todo o sempre? É o salvador da humanidade?". Bolsonaro responde sim a tudo. Em seguida, Everaldo diz: "Mediante a sua confissão pública, eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Depois de levantar o então deputado, o pastor faz uma brincadeira. "Peso pesado", afirmou, aos risos. A celebração foi acompanhada pelos três filhos do presidente que mantém uma carreira política: o vereador da cidade do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). À época, todos eram filiados ao PSC de Everaldo. O próprio Bolsonaro não chegou a publicar o vídeo do batismo. Mas, em 15 de maio de 2016, compartilhou um trecho da coluna de Ancelmo Gois no jornal O Globo que falava sobre o episódio. "Quanto ao batismo no Rio Jordão, a certeza de Deus no coração e os desafios como uma MISSÃO", escreveu o então deputado, que já se colocava como pré-candidato à Presidência.

Operação

A operação que levou à prisão de Everaldo e ao afastamento de Witzel foi deflagrada na manhã desta terça-feira e apura irregularidades em contratos em contratos na saúde durante a pandemia de covid-19. O ex-secretário Lucas Tristão também foi preso. A primeira-dama do estado, Helena Witzel, e o deputado estadual André Ceciliano (PT), presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), foram alvos de mandados de busca e apreensão. Witzel alegou estar sendo vítima de "uso político". Já a defesa de Everaldo disse, em nota, que o pastor "sempre esteve à disposição de todas as autoridade e reitera sua confiança na Justiça". Ele será substituído, provisoriamente, na presidência do PSC pelo ex-senador e ex-deputado Marcondes Gadelha. Bolsonaro não se pronunciou sobre a prisão de Everaldo, mas ironizou o afastamento de Witzel. "O Rio está pegando... Está pegando hoje, hein? Está sabendo? O governador já... Quem é o teu governador?", questionou o presidente, entre sorrisos, a um apoiador.

 

Fontes: Correio Braziliense / www.poptvnews.com.br