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Prisões

Pré-candidata à prefeitura do Rio, filha de Roberto Jefferson é alvo de mandado de prisão e se entrega à polícia

Cristiane Brasil é filha do ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, hoje aliado do presidente Jair Bolsonaro

Fotos: Divulgação
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O núcleo político, composto por Cristiane Brasil e Pedro Fernandes era responsável por viabilizar as fraudes licitatórias

11 setembro, 2020

Por Rodrigo Viga Gaier

Rio de Janeiro (RJ) -   O secretário estadual de Educação do Rio de Janeiro, Pedro Fernandes, foi preso em casa na sexta-feira (11/9) e a ex-deputada federal e pré-candidata à prefeitura da cidade Cristiane Brasil se apresentou a polícia à tarde. Eles são acusados de participarem de um esquema de desvios de recursos do Estado e do município do Rio. Essa é a terceira operação nesta semana que mirou políticos envolvidos na disputa municipal deste ano. A polícia e o Ministério Público cumpriram mandados de busca nas casas do atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), que tenta a reeleição, e do ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), que também é candidato ao cargo, em operações distintas. Pedro Fernandes, que foi secretário nos governos de Luiz Fernando Pezão e Sergio Cabral, e Cristiane Brasil, que comandava uma pasta na prefeitura na gestão de Eduardo Paes, são acusados de pertencer a uma organização criminosa que direcionava licitações, cobrava propina e favorecia empresas ligadas ao grupo. Os crimes teriam ocorrido entre 2013 e 2018. Cristiane Brasil é filha do ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, hoje aliado do presidente Jair Bolsonaro. Segundo as investigações, a ex-parlamentar era chamada de fada madrinha dentro do grupo criminoso enquanto que Fernandes era tratado como chefe. “O núcleo político, composto por Cristiane Brasil e Pedro Fernandes... era responsável por viabilizar as fraudes licitatórias em suas respectivas pastas, por prorrogar os contratos fraudulentos, mediante recebimento de 'propina', que variava de 5% a 25% do valor pago pelo contrato”, disse o MP do Rio. As fraudes estariam ligadas a projetos de assistência social como cirurgias de catarata e concessão de óculos de grau. Os agentes prenderam o secretário Pedro Fernandes em casa, mas ele apresentou um atestado de que está com Covid-19 para não ser levado para a prisão. A deputada Cristiane Brasil não foi encontrada em casa, e, se apresentou as autoridades na parte da tarde. Antes de se entregar, ela postou videos na internet criticando a operação. “Um absurdo uma que denúncia antiga de 2012, 2013, esteja sendo cumprida agora. Um mandado de prisão preventiva contra mim faltando dias para eleição", em publicação em rede social. "Isso num momento em que minha candidatura se fortalece. Sabemos que tem interesses políticos nesses atos que acontecem. Minha consciência está tranquila de que a justiça será feita e os fatos serão esclarecidos a meu favor”, acrescentou. Fernandes negou envolvimento em crimes e disse que vai comprovar a inocência.  “Pedro Fernandes ficou indignado com a ordem de prisão. O advogado dele vinha pedindo acesso ao processo desde o final de julho, mas não conseguiu. A defesa colocou Pedro à disposição das autoridades para esclarecimentos na oportunidade. Pedro confia que tudo será esclarecido o mais rápido possível e a inocência dele provada“, afirma nota da assessoria do secretário. O promotor Cláudio Calo afirmou, no entanto, que "a operação não tem qualquer motivação eleitoral“.

Fontes: Reuters / www.poptvnews.com.br