Sábado, 30 de
Novembro de 2024
Brasil

Investigação

PF investiga se Planalto usou youtubers como laranjas

Canais que tem acesso constante ao governo e recebem apoio de integrantes do Executivo faturaram recursos elevados na plataforma de vídeos

Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A Press
post
Por meio de acesso irrestrito ao Palácio da Alvorada e na obtenção de imagens do presidente, os blogueiros arrecadam até R$ 100 mil por mês

06 dezembro, 2020

Brasília (DF) - Canais de conteúdo bolsonarista do YouTube estão na mira da Polícia Federal. A corporação quer saber se produtores de conteúdo aliados do governo atuam como laranjas do governo federal. Por meio de acesso irrestrito ao Palácio da Alvorada e na obtenção de imagens do presidente, o blogueiros arrecadam até R$ 100 mil por mês. A verba recebido ocorre por meio de pagamentos do site, que remunera os canais de acordo com a quantidade de acesso nos vídeos. As diligências ocorrem no âmbito do inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar atos democráticos. A corporação também investiga a eventual ligação do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, com a rede de canais. As informações foram reveladas pelo jornal O Estado de São Paulo. Em depoimento à PF, Carlos Bolsonaro negou qualquer envolvimento. O acesso privilegiado ao governo atrai milhões de acessos na rede, como é o caso do canal Folha Política, que tem 2,9 milhões de inscritos no YouTube. Em depoimento, Ernani Fernandes Barbosa Neto, fundador do canal, afirmou ter rendimentos que variam de R$ 50 mil a R$ 100 mil por mês. Os investigadores querem saber se os privilégios ocorrem em troca do pagamento de propina ou benefícios a servidores públicos e agentes do governo. Outro canal, o Foco Brasil, teria contado com a ajuda de um funcionário da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para obter imagens de satélite, como se fosse uma emissora de televisão. As diligências estão avançadas, e estabelecem fortes ligações entre o governo e os youtubers. O material será enviado ao Supremo para análise e eventual responsabilização dos suspeitos de atentarem contra a ordem democrática, espalhar boatos e incitar grupos contra as instituições.

Fontes:  O Estado de São Paulo / Correio Braziliense / www.poptvnews.com.br