Segunda-feira, 25 de
Novembro de 2024
Brasil

Investigação

PF apreende 30 carros de luxo

Operação Concierge da Polícia Federal prendeu 14 pessoas quarta-feira (28/8)

Reprodução/EPTV Campinas
post
Carros apreendidos no pátio da delegacia da PF em Campinas- São Paulo

29 agosto, 2024

A Polícia Federal (PF) apreendeu 46 veículos, sendo 30 de luxo, com os alvos da Operação Concierge , deflagrada quarta-feira (28/8) para investigar uma organização criminosa suspeita de ter movimentado R$ 7,5 bilhões em crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. As informações são do g1. Ao todo, os agentes prenderam 14 pessoas - incluindo os sócios das empresas envolvidas - e cumpriram 60 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 9ª Vara Federal em Campinas (SP). As prisões foram realizadas nas casas dos alvos em Campinas (SP), São Paulo (SP), Ilhabela (SP), Sorocaba (SP) e Americana (SP). As apreensões ocorreram em vários estabelecimentos, incluindo lojas de veículos. A Justiça ainda determinou o bloqueio de R$ 850 milhões em contas associadas ao esquema criminoso.

Porsche e BMW
Os carros foram levados para o pátio da PF e em um estacionamento alugado pela corporação em Campinas. São utilitários esportivos e carros esportivos de marcas de luxo, como Porsche, Land Rover, BMW, Volvo e Mercedes-Benz. Segundo a PF, as apreensões também envolveram joias, relógios e centenas de máquinas de cartão de crédito, bem como documentos, celulares e computadores. Os itens devem passar por perícia e depois ficaram depositados em uma conta judicial.

Entenda a investigação
Segundo a investigação, a quadrilha criou dois bancos digitais - o Inovepay e o T10 Bank - sem a autorização do Banco Central (Bacen) para a prática das fraudes financeiras. De acordo com a PF, estima-se que o grupo tenha movimentado R$ 7,5 bilhões com o esquema. Nesse esquema, os bancos digitais, chamados de "fintechs", tinham contas em bancos tradicionais e ofereciam contas clandestinas que autorizavam transações 'invisíveis' dentro do sistema bancário oficial, de forma a favorecer os interesses de empresas com dívidas trabalhistas e tributárias, facções criminosas ou pessoas blindadas por ordens de bloqueio, penhora e rastreamento. "A investigação demonstrou que a organização criminosa, por meio de dois bancos digitais – denominados fintechs –, ofereciam abertamente, inclusive, em sites da rede mundial de computadores, contas clandestinas, que permitiam transações financeiras dentro do sistema bancário oficial, de forma oculta, as quais foram utilizadas por facções criminosas, empresas com dívidas trabalhistas, tributárias e toda sorte de fins ilícitos", disse a PF. Ainda segundo a PF, a movimentação bilionária permitia um "padrão de vida luxuoso aos envolvidos". "Na conta garantida era oferecido o serviço de livre movimentação financeira sem o perigo de bloqueios judiciais. A conta garantida também serviu à blindagem patrimonial, assegurando a invisibilidade do cliente perante o Sistema Financeiro Nacional. Foi identificado que um dos contribuintes que utiliza essa conta garantida possui R$ 254 milhões em débitos inscritos em dívida ativa da União", afirmou a Receita, que também participou da operação.

O que dizem os sócios
Patrick Burnett e José Rodrigues, sócios da Inovebanco e da T10 Bank, respectivamente, foram presos na operação desta quarta-feira. "A empresa nega veementemente ter relação com os fatos mencionados pelas autoridades policiais e veiculados pela imprensa. Também ressalta total disposição em colaborar com as investigações. Importante ressaltar que o Inove Global Group é uma empresa de tecnologia ligada a meios de pagamento. E não uma Instituição financeira e nem banco digital", diz a Inove, em nota enviada ao g1. José Rodrigues, da T10 Bank, não se manifestou. Nas redes, ele se denomina advogado empresarial, empreendedor e escritor do livro "Dr. Poder", sem citar que é suplente de deputado federal pelo PP. Já a empresa é definida como "uma solução inteiramente digital e completa, pensada para a realidade do empresário brasileiro e criada por quem vive isso há mais de 20 anos".