Brasília (DF) - No início da noite desta sexta-feira (9/4), o Palácio do Planalto fez postagens promovendo uma campanha a favor do uso de máscaras e do distanciamento social para combater a pandemia do novo coronavírus. De acordo com o UOL, a campanha vinha sendo preparada desde antes da chegada do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mas que não era postada por causa de resistência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que finalmente aprovou a iniciativa nos últimos dias. "Mesmo com a vacinação contra a Covid-19 avançando cada vez mais, é muito importante continuarmos cuidando uns dos outros. Por isso, lave sempre as mãos com água e sabão ou utilize álcool em gel, evite aglomerações, mantenha o distanciamento e use máscara", diz o post do Planalto. Na imagem, existem recomendações que já são pregadas por órgãos de saúde pelo mundo todo: evite aglomerações, use máscara ao sair de casa, lave aos mãos com água e sabão, e mantenha o distanciamento.
Pressão por CPI
O ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na quinta-feira (8/4) que o Senado deve instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar possíveis omissões do governo federal durante a pandemia do novo coronavírus. "Defiro o pedido liminar para determinar ao Presidente do Senado Federal a adoção das providências necessárias à criação e instalação de comissão parlamentar de inquérito", afirmou Barroso, que também lembrou que não cabe análise de conveniência política do presidente da Casa para determinar a abertura da CPI.
Críticas ao uso de máscaras
O presidente é um ferrenho opositor ao uso de máscaras. Ele chegou a citar em uma live no fim de fevereiro um "estudo de uma universidade alemã" que afirmava que as máscaras são "prejudiciais às crianças" e causam "irritabilidade, dor de cabeça, dificuldade de concentração, recusa a ir à escola ou creche", entre outros itens, que comprovariam "os efeitos colaterais da máscara". Na verdade, segundo a agência de notícias alemã Deutsche Welle, o "estudo" citado por Bolsonaro se tratava de uma enquete online de pesquisadores de uma universidade alemã, com pouco rigor científico, com a intenção de coletar relatos sobre o uso de máscaras em crianças. De acordo com a agência, os próprios pesquisadores admitem que os dados podem ter sido deliberadamente distorcidos por críticos das medidas de isolamento.
Números da pandemia
O Brasil registrou 3.693 novas mortes pelo novo coronavírus e 93.317 casos da doença nesta sexta (9). Com isso, o total de mortos chegou a 348.718 e o de casos a 13.373.174, de acordo com o painel atualizado pelo Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), um sistema próprio de informações que reúne dados de contaminados e de óbitos em contagem paralela à do governo.