Rio de Janeiro (RJ) - A maior parte dos alunos da rede estadual de ensino do Rio só deve voltar a pisar em uma sala de aula no ano que vem. A reabertura dos colégios do estado, que estava prevista para 5 de outubro, foi adiada em edição extra do Diário Oficial da última sexta-feira (2/10). O novo texto não traz data para o retorno e informa que a retomada será regulamentada pela Secretaria estadual de Educação. Em entrevista ao EXTRA, o titular da pasta, Comte Bittencourt, afirmou que a volta às aulas deve começar na segunda quinzena de outubro, mas apenas para estudantes matriculados no 3º ano do ensino médio e na Fase 4 da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Os demais segmentos só vão retomar as atividades presenciais em 2021 ou quando houver vacina disponível. Para que os alunos do último ano do ensino médio e da fase final da EJA possam voltar a frequentar as salas de aula, a secretaria pretende submeter cerca de 20 mil servidores a testes para Covid-19. "Vamos garantir a testagem de todos os profissionais ligados ao 3º ano do ensino médio e à Fase 4 da EJA. São quase 20 mil testes. A secretaria de Saúde tem esse quantitativo em estoque e está providenciando essa testagem, que será feita em parceria com as secretarias municipais de Saúde" — explica Bittencourt. Segundo o secretário, ainda nesta semana, a pasta vai publicar uma nova resolução com considerações sobre a saúde dos servidores na retomada das atividades escolares. Todos os profissionais que tenham mais de 60 anos ou alguma comorbidades poderão permanecer em casa. Os alunos também terão o direito de escolher se permanecerão em casa, fazendo as atividades remotas, ou se voltarão a frequentar o colégio. Para os estudantes do 6º ano do ensino fundamental e do 2º ano do ensino médio, o secretário diz que serão planejadas atividades pedagógicas específicas para serem trabalhadas nesses últimos três meses que faltam para concluir o ano letivo de 2020. Já para os alunos dos demais segmentos, a ideia é recuperar o tempo perdido ao longo dos próximos anos. " Como os meninos das demais turmas vão ficar conosco por alguns anos, então vamos ter tempo para recuperar o que ficou pelo caminho" explica o secretário. Após fazer reuniões com representantes dos colégios estaduais e dos profissionais de Educação, o secretário Comte Bittencourt não levou adiante a proposta da gestão anterior de abrir as escolas, sem professores, para disponibilizar computadores e internet aos alunos que não têm acesso à rede em suas casas. A ideia havia sido anunciada no dia 2 de setembro, pelo ex-secretário Pedro Fernandes, que foi afastado e depois exonerado da pasta após ser preso na segunda fase da Operacão Catarata, que investiga supostos desvios em contratos de assistência social no governo. Na ocasião, Fernandes afirmou que o governador interino Claudio Castro havia liberado o uso de R$ 82 milhões para a compra de 40 mil computadores para os colégios. Com essas aquisições, ele pretendia transformar as salas de aula em laboratórios de informática que atenderiam apenas alunos que não têm acesso à internet. Na avaliação do atual titular da pasta, a proposta não é factível. Segundo ele, muitas unidades não teriam capacidade para receber os alunos. "Essa ideia é muito boa no discurso, mas muitas escolas não têm nem laboratório de informática com capacidade para isso. Não quero oferecer nada que não tenha certeza que conseguirei entregar " - afirma Bittencourt.
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