O automobilismo brasileiro está, mais uma vez, de luto. Aproximadamente dois meses após a perda de Gil de Ferran, Wilson Fittipaldi Jr., ex-piloto da Fórmula 1 e idealizador da Copersucar, morreu por volta das 6h desta sexta-feira (23/2) aos 80 anos. Wilson estava internado no Hospital Sancta Maggiore, no Itaim Bibi, em São Paulo, desde o último dia 25 de dezembro. O irmão de Emerson Fittipaldi sofreu uma parada cardíaca durante o almoço de Natal, em que também celebrava o aniversário de 80 anos. ‘Tigrão’, como era conhecido, Wilson engasgou com um pedaço de carne e ficou muito tempo sem oxigenação. O ex-piloto teve uma parada cardíaca e foi reanimado no pronto-socorro. Desde então, havia sido sedado e entubado. Os médicos tentaram retirar a sedação, mas isso não foi possível nas primeiras tentativas por conta dos constantes espasmos. No início de janeiro, Fittipaldi apresentou leve melhora e teve a sedação retirada pelos médicos na terceira tentativa. Wilson acordou por alguns instantes, mas não se comunicou, e os profissionais do hospital ainda aguardavam para averiguar seu estado neurológico. Após voltar a ter convulsões, o ex-piloto foi novamente sedado no dia 23, exatamente um mês atrás. Wilson deixa dois filhos: Christian Fittipaldi, ex-piloto de Fórmula 1 e Indy, e atual comentarista de automobilismo dos canais Disney; e Roberta Fittipaldi. Uma manifestação oficial da família não está prevista por enquanto. Filho de Wilson ‘Barão’ Fittipaldi, jornalista e promotor de corridas, Wilsinho estreou na Fórmula 1 em 1972 pela Brabham. Após um primeiro ano sem pontos conquistados, teve mais destaque em 1973, registrando um sexto lugar no GP da Argentina e o quinto no GP da Alemanha. Em 1975, Wilson uniu-se ao irmão já bicampeão da categoria para um dos empreendimentos mais ousados da história do automobilismo nacional: a Copersucar-Fittipaldi. Equipada com motores Ford, o time brasileiro esteve na F1 de 1975 a 1979. Depois, de 1980 a 1982, passou a se chamar apenas Fittipaldi. Wilson Jr. esteve apenas no primeiro ano como piloto, sendo um décimo lugar o seu melhor resultado. Após o encerramento do projeto, no início de 1983, Wilsinho retornou a competir no Brasil, disputando diversas etapas da Stock Car entre 1982 e 1996, com direito a um vice-campeonato em 1991. Também foi vencedor das Mil Milhas, prova criada por seu pai, em 1994 e 1995, curiosamente dividindo o carro com o filho Christian no primeiro triunfo. As últimas aparições competitivas de Wilsinho no esporte a motor aconteceram em 2008, quando correu pelo Campeonato Brasileiro de GT3 com o irmão Emerson, além de participações na extinta Copa Chevrolet Montana, em 2011. O enterro será no Cemitério da Paz em São Paulo. A família ainda aguarda a chegada de Emerson Fittipaldi ao Brasil e outros familiares para definir se será sábado ou domingo.
Brasil