Brasília (DF) - A mudança de rumo foi informada em uma nota técnica divulgada na quarta-feira (24/2) depois de reunião do ministério com secretários estaduais e municipais de saúde e altera a orientação dada pessoalmente pelo ministro Eduardo Pazuello na sexta-feira da semana passada, em reunião com a Frente Nacional de Prefeitos. "O Ministério da Saúde informa que, em reunião do gabinete de crise da pasta, onde participam também o Conass e Conasems, não foi pactuado para este momento a aplicação total das doses da vacina Sinovac/Butantan, como havia informado o ministro da Saúde, em reunião com prefeitos", diz a nota da Saúde. Segundo o ministério, a decisão de reter as vacinas para segunda dose foi tomada pela mudança no cronograma de entrega da CoronaVac pelo Instituto Butantan. "Desta forma, se fez necessária a aplicação da dose 1 com o armazenamento dos imunizantes para garantir a dose 2", diz a nota. Segundo o ministério, a restrição é apenas para a CoronaVac. As doses da vacina da AstraZeneca podem ser aplicadas totalmente, já que o prazo para aplicação da segunda dose é maior --28 dias para CoronaVac e até 3 meses para a AstraZeneca. Na semana passada, Pazuello garantiu aos prefeitos que poderiam usar todas as novas doses de ambas as vacinas para primeira dose --ambos os imunizantes precisam de duas doses para total efetividade--, já que o cronograma previa a chegada de novas vacinas a tempo da aplicação para a segunda dose. A Fundação Osvaldo Cruz, que prepara no Brasil a vacina da AstraZeneca, não tem garantia de chegada de insumos, mas com o prazo para aplicação da segunda dose sendo maior, a avaliação do ministério e dos secretários é de que é possível usar todas as 2 milhões de doses que chegaram da Índia essa semana.