Brasília (DF) - Cada vez mais presentes no governo de Jair Bolsonaro, os militares fazem questão de, certa forma, retribuir a confiança dada pelo chefe do Executivo. Segundo o blog Saída pela direita, de Fábio Zanini, da Folha de S.Paulo, nos últimos 15 dias, 13 manifestos já foram publicados por oficiais da reserva em apoio ao governo. Há um pouco de tudo nos documentos: defesa do presidente contra uma suposta interferência do Supremo Tribunal Federal no governo, apoio ao general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, que previu “consequências imprevisíveis” caso o celular do presidente fosse apreendido no inquérito que investiga possível interferência na Polícia Federal. Uma das notas mais enfáticas é da turma de 1977 da Academia Militar das Agulhas Negras, do próprio Bolsonaro. “Temos acompanhado sucessivas agressões à Constituição Federal perpetradas por decisões monocráticas impostas por ministros do Supremo Tribunal Federal, que causam ao país insegurança e instabilidade jurídica que podem resultar em grave crise institucional”, dizem os formandos. Outras sete turmas das Agulhas Negras, incluindo a de Heleno, se pronunciaram sobre a atual situação do país. Todas seguindo no mesmo tom. Na Marinha e na Aeronáutica o teor é semelhante. Na Aeronáutica, uma manifestação conjunta da turma 1978 da Escola Preparatória de Cadetes do Ar e da turma 1981 da Academia da Força Aérea fez uma defesa enfática de Heleno. “Esses acusadores [do general Heleno] são os que conspiram contra a democracia no Brasil, ao fomentarem as ideias de enfraquecimento e de deposição do chefe do Poder Executivo legitimamente eleito pela maioria dos brasileiros”, aponta a nota.
Da Redação