O primeiro dia da cúpula do G20 , presidida pelo Brasil, foi marcado por tensão entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o recém-eleito presidente da Argentina, Javier Milei . A situação se intensificou após Milei publicar uma provocação no X (antigo Twitter), onde compartilhou um vídeo que destacava diferenças entre ele e Lula. Na montagem, Lula aparece sorridente ao cumprimentar outros líderes, mas com expressão fechada ao interagir com Milei. O vídeo ainda mostra Milei abraçando efusivamente o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) reforçando sua aliança com o líder conservador. No post, Milei reforçou suas críticas, chamando Lula de "esquerdista" e "comunista", enfatizando que prefere manter distância desse perfil político. "É melhor que esquerdistas e comunistas estejam longe", dizia a publicação compartilhada por Milei, reafirmando sua postura crítica contra o petista. Essa troca de farpas não é novidade. Antes mesmo de assumir a presidência da Argentina, Milei já havia declarado que Lula era um comunista e que não pretendia manter relações com ele. Mesmo após sua eleição, o líder argentino manteve um tom confrontador, embora tenha suavizado algumas declarações em prol da relação comercial entre os dois países, já que o Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina. Ainda assim, as tensões persistem. Em encontros anteriores do Mercosul, Milei chegou a se ausentar para comparecer a eventos conservadores no Brasil, reforçando seus laços com Bolsonaro. Durante o G20, a postura da delegação argentina também dificultou os esforços do Brasil em obter um consenso na declaração final, especialmente em temas como igualdade de gênero, emergência climática e combate à desigualdade social. A situação reflete os desafios diplomáticos entre Brasil e Argentina, enquanto os dois líderes tentam equilibrar suas diferenças políticas com a necessidade de manter uma relação econômica vital para ambos os países.