Goiânia (GO) - Mais uma médica goiana usou a internet para mostrar aos cidadãos como o coronavírus vem avançando sobre as pessoas mais jovens e que não pertencem a grupos de risco. Após receber a notícia de que um amigo próximo estava contaminado pelo vírus, Amanda Rincón escreveu uma carta aberta à sociedade com os mesmos relatos já expostos por outros médicos: hospitais cheios de pacientes com dificuldade para respirar e que acabam entubados num leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Em toda minha a vida nunca pensei que fosse viver algo tão bizarro como essa doença. A Covid-19 não escolhe rosto, corpo, idade. Ela simplesmente ataca. Ataca e mata. Não é só uma gripezinha”, diz um trecho da carta.
A médica diz estar preocupada com as pessoas fora dos grupos de risco, que têm se aglomerado com conhecidos sem o uso de máscara, segundo ela, em pistas de caminhadas pela capital. “Por favor, não escutem quem diz que os hospitais estão vazios, porque não estão. Os hospitais estão cheios, lotados, abarrotados. E mesmo que haja ventiladores, os pacientes, ainda assim morrem, porque, às vezes, nem o ventilador nem as melhores medidas conseguem salvá-los. ”, alerta a médica. Segundo Amanda Rincón, uma das partes mais difíceis ao atender o paciente é vê-lo “sem conseguir fazer a coisa mais básica da vida: respirar. E ele chega para você e pergunta: ‘E aí doutora? Vai ficar tudo bem? Vou ser entubado? De repente está tá no tubo, no ventilador, com acesso central e na UTI”, destaca a médica.
"Faça festa que te vejo no plantão"
A médica de urgência e emergência Thamine Mesquita do Vale também desabafou sobre a Covid-19 em redes sociais na quarta-feira (17/6). Em três horas de trabalho no Cais de Campinas, ela já assinava o terceiro pedido de internação para paciente com coronavírus. Logo depois postou uma foto em sua rede social com um alerta: "Continue fazendo festa que eu te vejo aqui no plantão". Cerca de 60 a 70 pessoas com sintomas de Covid-19 procuram diariamente atendimento médico no Cais de Campinas, como explica a médica. Destes casos suspeitos, aproximadamente 10 acabam sendo internados.
Fontes: G1 GO / www.poptvnews.com.br