Brasília (DF) - O ex-vice presidente do Brasil, Marco Maciel, morreu aos 80 anos, na madrugada desta sábado (12/6), em um hospital em Basília. A morte foi em decorrência do mal de Alzheimer, doença que o acometia desde 2014. O pernambucano deixa esposa e três filhos. O velório será neste sábado, das 15h às 17 horas, no cemitério Campo da Esperança, na capital federal. O partido de Maciel, o DEM, lamentou a morte do político nas redes sociais, assim como outros nomes de políticos no Brasil: Lamento a morte do ex-vice-presidente do Brasil, Marco Maciel. Homem decente e de espírito publico, dignificou as melhores tradições pernambucanas na política brasileira. Meus sentimentos à família e amigos. "Ciro Gomes", O Brasil perde um de seus mais ilustres filhos. Com uma trajetória política marcada pela integridade e compromisso com interesse público, Marco Maciel foi exemplo de diálogo e conciliação em todos os cargos que ocupou. " Fernando Bezerra", No momento que o país precisa construir consensos, o Brasil perde o maior símbolo da política do diálogo: o pernambucano Marco Maciel. O Democratas perde um de seus maiores líderes. Perco um amigo, conterrâneo e exemplo de ética a ser seguido. Uma referência pessoal e política. "Mendonça Filho", Quero lamentar profundamente a morte do ex deputado, governador, senador e vice presidente da república Marco Maciel. Um homem que sempre cultivou a boa política, o diálogo e o amor por Pernambuco e pelo Brasil! " Marco foi vice de Fernando Henrique Cardoso por dois mandatos e assumiu diversos cargos públicos em sua trajetória política, deputado estadual (1967-1971) e federal (1971-1979) por Pernambuco, presidente da Câmara dos deputados (1977-1979), governador de Pernambuco (1979-1982), ministro da educação (1985-1986) e da casa civil (1986-1987), senador (2003-2011) e finalmente vice presidente da república (1995-2003). Em 2017, uma biografia do ex-vice-presidente da República revelou como o político conseguiu se movimentar em todos os campos ideológicos, rica em histórias dos bastidores do processo decisório da política brasileira.No livro, Castelo Branco conta toda a trajetória do deputado, e de como o político teve a carreira transformada de presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) até chegar ao cargo de vice-presidente do país. O Correio entrevistou o autor, saiba mais em: O labirinto de Carlos Maciel.
Anos de luta
Em 2019, a esposa Ana Maria Maciel, concedeu entrevista ao Correio sobre o estado de saúde do ex-vice presidente.“As pessoas têm muito preconceito com o Alzheimer. Acham que a pessoa começa a falar um monte de bobagem e fica desligado do mundo. Com meu marido não foi assim. Ele continuou sendo o mesmo homem educado com todos. Continua sempre cheiroso e limpo como sempre gostou de estar. É o rei da nossa casa”, disse.Para ela, a paciência e o amor - construído ao longo de mais de 50 anos de casados - foram a receita para enfrentar a enfermidade. Os primeiros sinais da doença mais se assemelhavam aos da depressão. Maciel começou um tratamento e meses depois veio o diagnóstico do Alzheimer. “Até 2014, a doença evoluiu negativamente, porque, como era político, as pessoas perguntavam sobre fatos históricos e ele não conseguia lembrar. Ele percebia o esquecimento e ficava constrangido. No fim de 2014, ele não quis mais sair, só para consultas e coisas corriqueiras. Agora, está em fase avançada”, afirma. Sem andar e falar, o ex-vice-presidente contou com o auxílio da mulher e de uma equipe de profissionais para as atividades do dia a dia.