Para o ex-presidente Lula (PT), as instituições brasileiras estão se posicionando corretamente para frear o que chamou de “insanidades” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O petista criticou as falas de Bolsonaro em relação à urna eletrônica e o pedido pela volta do voto impresso. “Colocar em xeque a urna eletrônica depois de tantas eleições em que não houve uma única prova de corrupção é efetivamente ficar procurando pelo em ovo”, declarou o ex-presidente em entrevista à TVT terça-feira (03/8). "Mais grave do que desrespeitar as instituições como o Bolsonaro está fazendo é o desrespeito à sociedade brasileira que o Bolsonaro coloca como seu comportamento, totalmente avesso a qualquer seriedade nesse país. O Bolsonaro não leva em consideração o desemprego, a fome, o aumento do custo de vida e ele fica discutindo coisas que não tem nexo", disse o petista. Na última segunda-feira (02/8), o Tribunal Superior Eleitoral aceitou a abertura de um inquérito contra Jair Bolsonaro por disseminar notícias falsas. A decisão foi tomada após uma live feita na última quinta-feira (29), quando Bolsonaro prometeu apresentar provas contra o processo eleitoral, mas não o fez. Caso seja condenado, o presidente da República pode ficar inelegível para as eleições de 2022. “Ele não governa o país. Prefere ficar passeando de motocicleta, ofendendo o Lula, o Barroso, a Suprema Corte. Ele desrespeita as instituições e a sociedade. Não leva em consideração a fome, o desemprego, o aumento do custo de vida, o desmonte da ciência... Por isso fica discutindo coisa que não tem nexo”, disse o ex-presidente sobre Bolsonaro. Na segunda-feira (02/8), ao falar com apoiadores, Bolsonaro atacou Lula e chamou o petista de “corrupto” e “cachaceiro”, além de dizer que o petista “loteava tudo aqui e vendeu até a mãe para ficar no poder, aparelhou tudo”.
CPI da Covid no Senado
Sobre a CPI da Covid no Senado, Lula afirmou à TVT que os parlamentares têm agido “com muita seriedade” durante os trabalhos da comissão. "Espero que a CPI continue com a mesma seriedade, investigando todas as pessoas”, disse. “Tem que ir a fundo, precisa ter apoio da sociedade, proteção legal para que as pessoas que sejam convocadas sejam responsabilizadas de dizer a verdade. Acho que a CPI vai prestar um bom trabalho à sociedade brasileira.” Os trabalhos da CPI foram retomados nesta terça-feira (03). Os senadores ouvem o reverendo Amilton de Paula, que estaria envolvido no caso Davati.