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Novembro de 2024
Brasil

Comemoração

Lira comemora vitória em festa com ministros e até desafetos de Bolsonaro

A ex-aliada de Bolsonaro, a deputada Joice Hasselman (PSL-SP) dançou com o vice-líder do governo na Câmara, Luís Lima (PSL-RJ), e chegou a ser chamada para comparecer ao palco

Foto: Jussara Soares / Agência O Globo
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Arthur Lira (PP-AL), eleito presidente da Câmara dos Deputados na segunda-feira (1/2) festejou a vitória com aliados em uma festança em mansão do Lago Sul com comida e bebida à vontade e música ao vivo

02 fevereiro, 2021

Brasília (DF) -  O deputado federal Arthur Lira (PP-AL), eleito presidente da Câmara dos Deputados na segunda-feira (1/2) festejou a vitória com aliados em uma festança em mansão do Lago Sul com comida e bebida à vontade e música ao vivo. Aguardado para comemorar a vitória do aliado, o presidente Jair Bolsonaro não compareceu, mas ligou para Lira para dar os parabéns. A comemoração foi até as quatro horas da manhã e uniu figuras carimbadas do Centrão, militantes bolsonaristas e desafetos de Jair Bolsonaro, como a deputada Joice Hasselman (PSL-SP). Amigo do ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, Alexandre Baldy, secretário de Transportes de São Paulo, também prestigiou Lira. Estavam presentes Fábio Faria, ministro das Comunicações, e Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, responsável pela articulação política e alvo de constantes críticas de Lira e aliados nos bastidores, apesar de ter liderado no Planalto as negociações de cargos e emendas para interferir no processo eleitoral da Câmara. Também compareceram os secretários especiais de Comunicação, Fabio Wajngarten, e o de Pesca, Jorge Seif. Entusiasmado com a demonstração de força do Centrão, um integrante do governo dizia que agora é que o governo Bolsonaro "vai começar de verdade". Já um parlamentar desafeto do presidente dizia que agora Bolsonaro será "doutrinado" com a política de verdade e que o governo é agora uma "sociedade com o Congresso." Apesar da pandemia, havia centenas de convidados em um salão e praticamente ninguém usava máscara. Alguns poucos optaram pelo acessório com o símbolo de Arthur Lira. Em meio a clássicos do brega e sertanejo dos anos 80 e 90, a banda contratada pela campanha chegou a censurar, no microfone, aqueles que gravavam a festa para suas redes sociais. A vocalista pediu privacidade aos presentes, que bebiam vinho, whisky e espumante. A mansão fica à beira do lago Paranoá e conta com piscina aquecida, quadra de futebol, um deque e um pequeno bosque. O imóvel pertence ao empresário Marcelo Perboni, conhecido nas colunas sociais e festas de Brasília. O clima era de êxtase, já que Lira ganhou a eleição com 302 votos, em primeiro turno. O novo presidente da Câmara, no entanto, dizia que esperava ter chegado a 330 votos. Festejado por políticos de diversos matizes, Lira comentou a interlocutores que iria ligar para Maia hoje. Disse que não se falam há quatro meses e foi até ignorado ao enviar uma mensagem de Feliz Natal para ele. Os dois tiveram uma discussão acalorada na reunião de líderes para decidir a formação dos blocos apresentados para a Mesa Diretora. Em meio ao bate-boca, Maia perguntou se o adversário "pensava que estava em Alagoas". Ao que Lira respondeu, pergunta se o agora ex-presidente da Casa estava "pensando que está no morro carioca?". Entre os presentes estavam Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson, o presidente do PP Ciro Nogueira (PP-PI) e bolsonaristas de carteirinha - alguns até usando camisetas de Jair Bolsonaro. A ex-aliada de Bolsonaro, a deputada Joice Hasselman (PSL-SP) dançou com o vice-líder do governo na Câmara, Luís Lima (PSL-RJ), e chegou a ser chamada para comparecer ao palco. No salão, uma projeção mostrava cenas da campanha de Lira. Ele foi disputado pelos presentes em busca de fotos. O deputado Hélio Lopes (PSL-RJ), aliado de primeira hora de Bolsonaro, também era disputado para selfies. Os convidados se refestelaram com camarões, paella e massas sortidas no buffet. Nas palavras de um integrante do governo presente na festa, se o adversário Baleia Rossi (MDB-SP) tivesse ganhado a eleição, "todos estariam de máscara". Mas não foi o caso.