Parte dos invasores bolsonaristas que protagonizaram atos de vandalismo nos prédios dos três poderes em Brasília, no último domingo (8/1, afirmou ter sido financiada por "gente do agro. Os depoimentos dão conta de que estes vândalos, de diversos estados, tiveram disponibilizados transporte, alimentação e todas as facilidades necessárias para comparecer aos atos antidemocráticos do fim de semana. Ainda de acordo com a reportagem da TV Globo, a Polícia Civil do Distrito Federal agora trabalha para tentar determinar quem seriam essas pessoas ligadas ao setor do agronegócio responsáveis pelo financiamento do ataque.
Entenda o ocorrido:
Milhares de manifestantes golpistas, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), invadiram prédios públicos em Brasília na tarde do último domingo (8/1). Sedes de órgãos como o Supremo Tribunal Federal (STF), Palácio do Planalto e Congresso Nacional foram depredados pelos vândalos em um ataque sem precedentes à democracia. Foram registrados alguns confrontos com a polícia, mas a atuação da corporação, no geral, foi bastante criticada por se mostrar conivente com os atos de vandalismo dos manifestantes. Por volta das 17 horas, seguranças conseguiram retomar o prédio do STF e expulsar os invasores, que, no entanto, seguiram nas proximidades da Praça dos Três Poderes. Somente durante a noite os prédios públicos foram totalmente retomados pelas forças policiais. Congressistas tiveram acesso aos locais e divulgaram vídeos com o estrago feito pela depredação dos golpistas. Até o fim da noite de domingo, cerca de 300 pessoas haviam sido presas pelos atos de vandalismo.
Consequências
Diante do ocorrido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento em Araraquara, no interior de São Paulo, em que determinou a intervenção federal na área de Segurança Pública do Distrito Federal até 31 de janeiro. O secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, foi exonerado do cargo pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), que, por sua vez, teve o afastamento do cargo determinado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, em decreto válido por 90 dias. Em vídeo, Ibaneis desculpou-se com Lula, a presidente do STF, Rosa Weber, e os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (PSD). "São verdadeiros vândalos. Verdadeiros terroristas que terão de mim todo o efetivo combate para que sejam punidos."