Por G1 PR
Curitiba (PR) - O hacker preso com R$ 632 mil dentro do apartamento em que mora, em Curitiba, ligava para correntistas e se passava por funcionário de bancos para aplicar os golpes, de acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) . Lucas Iagla foi preso nesta quinta-feira (13) na 5ª fase da Operação Open Doors. Segundo as investigações, Lucas é suspeito de ligar para correntistas de bancos e fingir que era um funcionário para acessar contas bancárias de outras pessoas ou roubar senhas. "Ele também induzia as pessoas a acessarem sites falsos dos bancos que roubavam essas informações dos correntistas", afirmou o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), que comandou a operação, Lucas fazia parte de uma rede de hackers com atuação em todo o Brasil, que movimentou cerca de R$ 150 milhões entre 2016 e 2018. De acordo com Batisti, os hackers trocavam experiências e ensinavam técnicas entre si. "Além da aplicação do golpe, eles ganhavam uma espécie de comissão por ensinar o know-how do golpe a outros hackers", afirmou. O G1 tenta localizar a defesa de Lucas Iagla.
Carros de luxo e aparelhos eletrônicos
Além de R$ 632 mil apreendidos dentro da cobertura onde mora, no Centro de Curitiba, os policias também apreenderam com o hacker computadores, caixas de som, monitores e televisores de 60 polegadas. Segundo o Gaeco, os equipamentos ficavam em um cômodo de onde Lucas aplicava os golpes em clientes do Brasil inteiro. Além dos equipamentos, ainda foram apreendidos com ele dois carros de luxo.
Operação Open Doors
As investigações chegaram até Lucas após um mandado cumprido contra o cantor sertanejo Rick Ribeiro, de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, na 2ª fase da operação, realizada em setembro de 2018. Segundo o MP-RJ, nas buscas realizadas naquela oportunidade foram encontradas informações sobre os golpes realizados por Lucas. Lucas e mais 13 pessoas foram presas na 5ª fase da operação Open Doors dia 12. O Gaeco tinha um mandado de prisão contra Rick Ribeiro nesta fase, mas ele não foi encontrado. Foram cumpridas ordens judiciais no Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo e Sergipe. As investigações correm em segredo de Justiça.