O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) identificou a ameaça de novos atos golpistas convocados para esta quarta-feira (11/1) em todas as capitais do país. A Advocadia-Geral da União (AGU) entrou na noite de terça (10/1) com petição junto ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para que medidas sejam tomadas. O objetivo é evitar que sejam vistas novamente cenas de vandalismo, terrorismo e ataque à democracia, como as ocorridas no último domingo durante o ataque aos prédios dos Três Poderes. A atenção do governo foi voltada para as manifestações após uma grande convocação ser realizada por meio das redes sociais. O evento foi intitulado "Mega manifestação nacional pela retomada do poder" e promete: "Vai ser gigante". Segundo o ministro do AGU, Jorge Messias, os atos programados para esta quarta tem "potencial de violar direitos fundamentais dos demais cidadãos, tais como a liberdade de locomoção, os direitos à propriedade, à segurança pública e ao abastecimento de itens de primeira necessidade como alimentação, combustíveis e medicamentos”. Messias forneceu uma lista com os perfis responsáveis por fazer a convocação. "Vê-se que o País se encontra na iminência de entrar com grave situação, novamente, após os trágicos eventos do domingo 08/01/2023, quando o mundo, estarrecido, assistiu à tentativa de completa destruição do patrimônio material e imaterial, além de todos o simbolismo que carregam das instituições democráticas”, aponta a petição, divulgada pelo blog de Natuza Nery no portal g1. Em reunião realizada na noite de terça, no Palácio do Planalto, o gabinete de crise decidiu reforçar a segurança em Brasília e nas outras capitais do país.
Postagem de fake news de Bolsonaro inflamou golpistas
Na noite desta terça-feira (10), o ex-presidente Jair Bolsonaro compartilhou, nas redes sociais, uma postagem insinuando que Lula não foi eleito pelo povo, e sim escolhido pelo serviço eleitoral junto a ministros do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Para integrantes do governo Lula, a postagem com conteúdo falso teve como intuito inflamar seus seguidores e estimular os atos golpistas de quarta-feira. Somente duas horas depois da publicação, o perfil oficial de Bolsonaro nas redes sociais apagou o conteúdo.