Brasília (DF) - O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) desembolsou R$ 47 milhões para fornecer carne da JBS a militares. Segundo a revista Crusoé, o Planalto comprou da empresa, investigada pela Operação Lava Jato, peças de picanha, maminha e filé mignon. De acordo com a publicação, o frigorífico dos irmãos Joesley e Wesley Batista fechou 30 negócios com o Ministério da Defesa desde a posse de Bolsonaro. Os contratos garantiam o fornecimento de alimentos congelados ao Exército e à Marinha. Na última sexta-feira (21/8), a PGR (Procuradoria-Geral da República) decidiu iniciar uma apuração preliminar para investigar supostos pagamentos feitos pela empresa JBS a Frederick Wassef, ex-advogado de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). A decisão foi tomada após denúncia da revista Crusoé, que afirma que o advogado recebeu R$ 9 milhões da empresa para fazer as negociações com a procuradoria. A PGR investigará se os valores tinham relação com o acordo de delação que foi firmado com os executivos da empresa. Em 2019, Augusto Aras, procurador-geral da República, queria rescindir o acordo e afirmou ser contra uma renegociação com os executivos da JBS. De acordo com a publicação, o pagamento teria sido identificado pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Em nota, Wassef negou que tenha tratado de qualquer assunto relacionado à JBS com Augusto Aras. O advogado ainda afirmou que não atuou em nome da JBS no acordo firmado com a PGR. A empresa, por sua vez, negou que Wassef tenha defendido a JBS junto à PGR e alegou que o pagamento foi feito por conta de serviços prestados na esfera policial. Wassef defendia o senador até que Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio e procurado pela polícia, foi encontrado em um sítio em Atibaia, interior de São Paulo, que pertencia ao advogado.
Fontes: www.poptvnews.com.br / Colaboradores