Brasília (DF) - O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria liberado cerca de R$1,2 bilhão de reais do chamado "Orçamento Secreto" para buscar apoio na Câmara dos Deputados com objetivo de aprovar a PEC dos Precatórios. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo". Segundo o jornal, cada parlamentar teria recebido uma proposta de até R$ 15 milhões em troca de um voto favorável pela PEC, que viabilizaria o Auxílio Brasil, benefício que Bolsonaro planeja oferecer durante todo o ano que vem com pagamento médio de 400 reais. Presidente é acusado pela oposição de priorizar o programa social apenas com intuito de viabilizar sua reeleição em 2022. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, teria liderado as tratativas junto aos parlamentares, de acordo com a apuração do "Estadão".
PEC foi votada de madrugada e venceu com pequena margem
Após intensa articulação de Lira, a PEC dos Precatórios foi aprovada em primeiro turno nas primeiras horas da última quinta-feira (04) por 312 votos contra 144. Eram necessários 308 para que a proposta avançasse. Um ponto polêmico foi que o governo contou com o apoio de partidos da oposição a Bolsonaro. Entre eles PSB, PSDB, MDB e PDT. Este último, ainda ganhou as manchetes, após Ciro Gomes, pré-candidato às eleições em 2022, criticar a postura dos próprios companheiros de sigla. O "Estadão" ouviu diversos parlamentares e questionou sobre a oferta de R$ 15 milhões para quem apoiasse o projeto. Celso Maldaner (MDB-SC) confirmou que ouviu de parlamentares a existência dessa oferta. Ele votou contra e afirmou não ter recebido nada. Joice Hasselmann (PSDB-SP), ex-líder do governo Bolsonaro, afirmou ao veículo que a PEC jamais teria passado em primeiro turno sem as emendas. “Ontem (4/11) vimos a intensificação dos interlocutores do Palácio, dos representantes do governo, derramando dinheiro em cima de deputado, oferecendo espaços cada vez maiores para tentar aprovar de qualquer jeito a PEC dos precatórios” (...) O instrumento de pressão é justamente o dinheiro (emendas) ou a ameaça de retirar aquilo que os parlamentares já tinham", afirmou a deputado ao veículo.
Fontes: "O Estado de S. Paulo" / www.poptvnews.com.br