Segunda-feira, 25 de
Novembro de 2024
Brasil

Procurado

Francisco Maximiano dona da Precisa medicamentos poderá ser procurado pelo Interpol

Existe a possibilidade de senadores pedirem a prisão preventiva de Maximiano

Foto: Divulgação
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Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, saiu do Brasil

30 julho, 2021

Brasília (DF) - A CPI da Covid no Senado volta no próximo dia 3/8 mas, mesmo antes da retomada das sessões, os senadores têm um problema a resolver. Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, saiu do Brasil. Agora, os senadores cogitam pedir a prisão preventiva dele. Maximiano está na Índia e, caso não volte, pode passar a ser um procurado da Interpol, segundo o senador Humberto Costa (PT-PE). “Se ficar evidente que houve uma intenção de se ausentar para não comparecer é a própria decretação da prisão preventiva. E com a decretação da prisão preventiva, ele pode passar a ser um procurado pela Interpol”, declarou o senador ao Yahoo! Notícias. “Creio que ele não vai querer passar nem por esse constrangimento, nem vai considerar que ele é inalcançável”, disse Humberto Costa. Para o senador, o caminho a ser seguido pela Comissão Parlamentar de Inquérito deve ser o mesmo do caso de Carlos Wizard. O empresário estava nos Estados Unidos na data em que deveria depor. “O presidente da CPI determinou, com apoio da comissão, a apreensão do passaporte dele (Carlos Wizard) a partir do momento em que ele chegasse ao Brasil, para obriga-lo a depor à comissão”, lembrou.

Contornando o habeas corpus
Maximiano está munido de um habeas corpus, concedido pelo Supremo Tribunal Federal. O documento permite que o dono da Precisa Medicamentos fique em silêncio, mas a CPI tenta driblar a situação e conseguir outras informações do empresário. “As decisões dadas pelo Supremo admitem que ele possa silenciar sobre temas diretamente ligados a investigação que ele está sofrendo pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, mas que sobre outros temas ele não pode se negar a falar – até sob pena de ser atingido pelo conteúdo de artigos do Código de Processo Penal, que punem até mesmo com a prisão em flagrante o falso testemunho, o perjúrio e a negativa de colaborar”, afirmou o senador. Director of Precisa Medicamentos, Emanuela Batista de Souza Medrades, Senator Omar Aziz and Senator Renan Calheiros attend a meeting of the Parliamentary Inquiry Committee (CPI) to investigate government actions and management during the coronavirus disease (COVID-19). Na avaliação de Humberto Costa, se Maximiano está “tentando não depor”, é porque há motivos. O principal assunto investigado pela CPI que envolve o empresário é a compra da vacina Covaxin, no entanto, há outros temas que precisam de explicação. “Ele não vai falar só sobre a Covaxin, ele vai ter que falar sobre a venda de preservativos femininos ao Ministério da Saúde, que teve um aditivo de valores inexplicável, ele vai ter que falar dos medicamentos, que ele recebeu em torno de R$ 20 milhões para dar ao Ministério da Saúde após uma dispensa de licitação, e nunca garantiu – nem os medicamentos e nem devolveu os recursos. Ele vai ter que explicar o cenário do que aconteceu no Distrito Federal e a participação da Precisa... então, não é um ambiente ou um depoimento do qual ele vai sair ileso. É por isso que, eu acredito, que ele está tentando evitar comparecer à CPI.” A entrevista completa com o senador Humberto Costa estará disponível a partir de segunda-feira (2/8).