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Saída

FHC acredita na saída de Guedes do governo Bolsonaro: "Se tiver consciência, vai pedir o boné"

Diante do cenário caótico instalado no Brasil, que já registra mais de 36 mil óbitos pela pandemia, FHC afirmou que não gostaria de estar no lugar de Bolsonaro

Foto: AP Photo/Eraldo Peres
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O ex-presidente FHC voltou ainda a ressaltar o aspecto da desigualdade social no país

08 junho, 2020

São Paulo (SP) - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acredita na saída do ministro Paulo Guedes, da Economia, do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Em entrevista ao UOL, o tucano afirmou que não gostaria de estar na Presidência num momento de instabilidade tão grande no Brasil. "O Paulo Guedes tem uma virtude, é competente na área dele. Agora, a meu ver ele não tem noção do Brasil. Eu não o conheço, mas vejo o comportamento dele na Câmara. Ela é perigosíssima. Quem não a conhece escorrega", avaliou FHC. "Tem ideias fixas, que não combinam com momento atual. É um momento que vamos gastar muito para ajudar. Ele próprio daqui a pouco, se tiver consciência, vai pedir o boné", explicou o ex-presidente, que afirmou ver Guedes como uma pessoa competente, mas inadequado para a pasta no momento. FHC pregou ainda que o governo gaste de maneira consciente para ajudar os afetados pela crise da pandemia do novo coronavírus. "O endividamento do Brasil comparado com outros países é baixo, agora vai chegar a 90% do PIB. A Itália ultrapassa isso. A inflação não deriva só endividamento. O fato de defender que o governo acuda [as pessoas atingidas pelo coronavírus] não quer dizer que eu defenda que o governo seja irresponsável. Tem que dar dinheiro de uma maneira inteligente, no mundo inteiro está acontecendo", apontou.

“Deus me livre”

Diante do cenário caótico instalado no Brasil, que já registra mais de 36 mil óbitos pela pandemia, FHC afirmou que não gostaria de estar no lugar de Bolsonaro. ' "Minha observação mais dura que eu posso fazer, ele não sabe o tamanho da cadeira na qual está sentado, não sabe que o presidente, a voz do presidente, tem um peso enorme. É difícil ser presidente. Você pensa que eu queria estar no governo agora? Deus me livre. Crise econômica, pandemia, confusão política. Quem é que vai ser responsabilizado? É o presidente, pelo bem e pelo mal", analisou. O ex-presidente voltou ainda a ressaltar o aspecto da desigualdade social no país, ainda mais durante uma pandemia. "Estamos vendo agora quem estão morrendo em massa: os negros, os pobres. Quem é rico está em casa, está bem. Agora e quem mora na favela? Essa desigualdade é muito grande no Brasil, tomara que o coronavírus sirva pelo menos para despertar a noção de que não é natural. Não se pode aceitar a desigualdade", apontou.

Fontes: UOL / Yahoo Notícias / www.poptvnews.com.br