A ex-sargento da Força Aérea Brasileira (FAB), Tamyla Guedes de Souza, foi presa suspeita de aplicar um golpe conhecido como ‘falso consórcio’, em Cidade Ocidental, no Entorno do Distrito Federal. Segundo a Polícia Civil, a mulher tem histórico conhecido de golpes em Goiás e no DF, que se somados, chegam a R$ 800 mil de prejuízo às vítimas. O g1 entrou em contato com a defesa de Tamyla nesta sexta-feira (11/10), por meio de mensagem enviada às 16h45, mas não houve retorno até a última atualização da reportagem. O mandado de prisão preventiva foi cumprido na quinta-feira (10/10), em Ubatuba, litoral norte de São Paulo. Os policiais afirmam que Tamyla estava escondida desde abril deste ano. Conforme noticiou o g1, ela foi indiciada por estelionato pela Polícia Civil do Distrito Federal em maio deste ano. O delegado Diego Alonso explica que a mulher se passava por corretora de consórcios e vendia cartas de crédito supostamente já contempladas, prometendo lucros altos para as vítimas. Todo o processo do golpe envolvia muita ‘lábia’. “Após a transferência dos valores pelas vítimas, a autora enrolava elas falando que faria a transferência da carta de crédito e depois parava de responder”, diz Alonso. 'Escola de fraudes': Grupo é preso suspeito de aplicar golpes com financiamentos de motos em mais de 70 pessoas, em Goiânia - Goiás.
Além da prisão preventiva, os policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços vinculados a Tamyla em São Paulo. A divulgação de imagens e do nome da investigada está sendo permitida pela Polícia Civil de Goiás a partir da Portaria Normativa nº 547/2021/DGPC. O objetivo é identificar testemunhas e outras possíveis vítimas de crimes similares por ela praticados.
Relembre o indiciamento
A ex-sargento da FAB foi indiciada em maio de 2024 por estelionato pela Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF). Informações da TV Anhanguera apontavam que a mulher fez mais de 40 vítimas em Goiás e no DF. O delegado Pablo Aguiar falou sobre denúncias feitas na capital federal. “Ela falava que era responsável por um consórcio e que se a vítima desse um valor X ela poderia ser contemplada sem sorteio. Aí a vítima depositava o valor para ela e ela não contemplava a vítima, ela ficava com dinheiro”, explicou o delegado. À TV Anhanguera, na época, a defesa da ex-sargento disse acreditar que ela é inocente e afirmou que qualquer esclarecimento seria dado dentro do processo legal, respeitando as garantias constitucionais da suspeita. Também na época, o delegado explicou que pediu a prisão preventiva de Tamyla, mas o pedido foi negado pela Justiça. Na Junta Militar, há processos contra a investigada por crimes contra o patrimônio, estelionato e outras fraudes.
Outras vítimas goianas
Uma vítima que denunciou o caso em Valparaíso de Goiás, no Entorno do DF, disse que depositou R$ 5 mil na conta da investigada, com a promessa de receber mais de R$ 70 mil. “Ela me enviou um ‘zap’ falando que uma cliente dela tinha sido sorteada num consórcio e a cliente não poderia retirar o bem, pois estava com o nome sujo. Então, ela me ofertou se eu queria comprar essa carta contemplada. [...] Como eu estava com planos de trocar o meu carro, eu aceitei, depositei, confiei que era conhecida e vendia consórcios”, descreveu a vítima no boletim de ocorrência. Após o depósito, a ex-sargento teria pedido mais R$ 500 à vítima, segundo informações da ocorrência. A investigada não pagou o prometido, começou a dar desculpas sobre prazos do pagamento até que parou de responder mensagens e ligações. À TV Anhanguera, testemunhas contaram que, no DF, quase 30 pessoas foram vítimas do golpe neste ano e em Goiás, há registros de vítimas em Luziânia, Valparaíso de Goiás e Anápolis.