São Paulo (SP) - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) anunciou que o Instituto Butantan iniciou na quarta-feira (9/12) a produção da CoronaVac, vacina contra Covid-19 desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech. Doria afirmou que serão produzidas 1 milhão de doses por dia do imunizante e anunciou que a fábrica deverá funcionar 24 horas por dia com a chegada de 120 novos técnicos que trabalharão na produção da vacina. “O Instituto Butantan iniciou ontem (quarta-feira) a produção da vacina do Butantan, a CoronaVac, aqui na sede em São Paulo. Para produzir a quantidade de vacinas que a urgência nos impõe, a fábrica do Butantan passará, a partir de agora, a funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana. Com isso a capacidade de produção chegará a 1 milhão por dia”, afirmou, em coletiva de imprensa na quinta-feira (10/12). A CoronaVac, assim como as outras vacinas em produção ou em fase de estudos no mundo, ainda não recebeu o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que seja aplicada na população. Na quinta, a agência definiu as regras para a autorização temporária de uso emergencial das vacinas. Na prática, a decisão facilita o caminho para que companhias desenvolvedoras da vacina consigam a autorização para imunizar os brasileiros. O governador paulista assegurou que São Paulo irá iniciar a vacinação em 25 de janeiro de 2021, conforme declarou na segunda-feira (7/12) ao apresentar o Plano Estadual de Vacinação, e afirmou que outros 11 estados e 912 municípios já manifestaram o interesse em adquirir a CoronaVac. “O anseio pela vacina é nacional. O Brasil não pode assistir o mundo iniciar a vacinação e aqui estarmos em um debate inconclusivo e de braços cruazados. São Paulo não cruza os braços e vai ajudar os estados e municípios que assim quiserem para salvarmos vidas”, completou. Entre os estados que solicitaram as doses, o governo citou Acre, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí, Pará, Paraíba, Roraima, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
Embate
O governo federal vem sendo cobrado por Estados e municípios a apresentar um plano nacional de vacinação contra a Covid-19 que inclua uma ampla variedade de vacinas e não se concentre apenas no imunizante da AstraZeneca, que é a principal aposta do governo federal. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, havia prometido na véspera a governadores apresentar o plano de vacinação nesta quarta-feira, mas adiou o anúncio. A expectativa é que isso ocorra na próxima semana, segundo o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Arnaldo Medeiros. Sem citar especificamente a CoronaVac, Pazuello reiterou nesta quarta que o ministério vai comprar todas as vacinas disponíveis e incorporar ao plano de imunização, desde que elas tenham sido aprovadas pela Anvisa. A vacina chinesa é vista com resistência pelo presidente Jair Bolsonaro, tanto por ser fabricada por uma empresa da China como por ter como parceiro no Brasil o Instituto Butantan, ligado ao seu rival político João Doria. O imunizante ganhou projeção ao entrar no centro de uma guerra política entre o presidente e o governador, prováveis adversários nas eleições presidenciais de 2022. Bolsonaro esvaziou o plano de aquisição futura da Coronavac feito em outubro pelo seu próprio ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, criticou o governador João Doria e disse que a vacina não era confiável por causa de sua origem. Neste mês, o presidente voltou atrás e declarou que poderia autorizar a compra da vacina produzida pela Sinovac, mas não pelo preço que um "caboclo aí quer".
Fontes: Yahoo Notícias / www.poptvnews.com.br