São Paulo (SP) - O governo de São Paulo antecipou pela terceira vez o fim da vacinação de toda a população adulta contra o coronavírus. No domingo (13/6), o governador João Doria (PSDB) anunciou que o estado imunizará moradores acima de 18 anos até 15 de setembro. O calendário divulgado pelo governo de São Paulo adiantou em duas semanas a vacinação de todas as faixas etárias sem comorbidades. A partir da próxima quarta-feira, pessoas de 55 a 59 anos já podem receber a primeira dose do imunizante contra a Covid-19. A vacinação deste grupo começaria em julho. Durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, Doria lamentou as quase 500 mil mortes por coronavírus no Brasil (segundo ele, consequência do negacionismo e das fake news), e afirmou desejar que todos os habitantes de São Paulo possam passar o Natal vacinados, o que seria possível no calendário atualizado, considerando o intervalo entre as duas doses e o prazo de 14 dias após a segunda aplicação para a proteção completa. "São Paulo será o primeiro estado do Brasil a imunizar totalmente a sua população. É uma vitória do trabalho e da ciência, de respeito à saúde e à vida e senso de urgência para proteger vidas. A vacina vai vencer o vírus. A saúde vai vencer o negacionismo, e nós aqui em São Paulo estamos ao lado da ciência, da saúde e da vida. Diz 15 de setembro pode ser considerado como dia da esperança, o dia da mudança. Gradual, mas segura mudança", disse o governador. Até este domingo, 19.328.586 moradores de São Paulo foram imunizados, sendo 13.374.086 com a primeira dose e 5.954.500 com as duas aplicações, o equivalente a 12,86% da população do estado. "Tenho confiança de que neste Natal as famílias estarão reunidas, os amigos poderão se abraçar, as pessoas poderão voltar a viver com cautela, com cuidado, sempre se protegendo e protegendo aos demais, mas a história começa a mudar e a esperança começa a chegar definitivamente ao Brasil. Mas eu lamento muito que quase 500 mil brasileiros, 486.272 brasileiros, não terão a oportunidade para celebrar. Nós temos que chorar a morte de quase meio milhão de brasileiros. Quantos poderiam ter sido salvos se tivéssemos comprado mais vacinas e tivéssemos iniciado mais cedo a vacinação, como nós sempre apregoamos aqui em São Paulo?", indagou o governador, em menção indireta ao governo federal. Doria voltou a criticar Bolsonaro ao chamar de "criminosa" a postura do presidente contra vacinas e todas as medidas para impedir a propagação do coronavírus. O governador culpou o presidente por parte das mortes por Covid-19 registradas no país. "O presidente da República não ajuda São Paulo. Nunca ajudou ao longo dessa pandemia. Só prejudicou, e não foi São Paulo. Ele prejudicou o Brasil. Parte desses 200 jornalistas que perderam a vida, parte desses 486 mil brasileiros que perderam a vida, deve-se exatamente à atitude negacionista e criminosa do presidente da República. O que fez sim foi o Ministério da Saúde, através do SUS, o que faz há 50 anos, que é comprar vacinas. Comprar vacinar não é nenhuma ajuda, é obrigação", declarou.
Confira o calendário de vacinação contra a Covid-19 em SP:
Entre 16 e 22 de junho: pessoas de 50 a 59 anos
Entre 23 e 29 de junho: 43 a 49 anos
Entre 30 de junho e 14 de julho: 40 a 42 anos
Entre 15 e 29 de julho: 35 a 39 anos
Entre 30 de julho e 15 de agosto: 30 a 34 anos
Entre 16 e 31 de agosto: 25 a 29 anos
Entre 1 e 15 de setembro: 18 a 24 anos