Por Gabriel Araújo, da Reuters
O preço do diesel nos postos do Brasil subiu pela sexta semana consecutiva, enquanto gasolina e etanol também mantiveram tendência de alta, mostrou pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgada nesta sexta-feira, em momento em que o valor dos combustíveis tem sido alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro. Conforme o levantamento da agência reguladora, a cotação média do diesel nas bombas atingiu 4,23 reais por litro nesta semana, alta de 1,1% em relação à semana anterior. Os dados da pesquisa vêm dias após a entrada em vigor de uma suspensão temporária pelo governo da incidência do PIS/Cofins sobre o diesel, combustível mais consumido do Brasil, em tentativa de conter a alta dos preços. Além do corte de impostos, o presidente Jair Bolsonaro também decidiu no mês passado indicar um novo presidente para a Petrobras, em meio a constantes queixas sobre a política de preços dos combustíveis da estatal no mandato do CEO Roberto Castello Branco, que vai até 20 de março. Esta foi a sexta semana seguida de aumento no valor do diesel, que neste ano recuou em apenas uma ocasião, em meados de janeiro. No acumulado de 2021, o preço médio do diesel nos postos do Brasil tem alta de 16,4%, segundo a ANP. O viés de alta também continua sendo verificado na gasolina, que engatou a 11ª semana consecutiva de elevação, atingindo uma média de 5,29 reais por litro nas bombas, para o consumidor final. O avanço na semana foi de 2,3%. Agora, a gasolina figura em patamar 17,1% superior ao registrado no início de 2021. Já o etanol, segundo a ANP, também subiu nesta semana - com ganho de 6,9%, o preço médio nos postos foi a 3,898 reais por litro. Concorrente da gasolina, o biocombustível acumula alta de cerca de 22,5% em 2021. Na última terça-feira (2/3) a Petrobras elevou os preços da gasolina e do diesel em cerca de 5%, o que fez com que ambos os combustíveis renovassem os maiores níveis em um ano nas refinarias da estatal. A petroleira diz seguir uma política de preços de paridade de importação, que leva em conta fatores como as cotações do petróleo no mercado internacional e do dólar. O petróleo Brent, referência global, tem operado próximo de máximas de um ano, impulsionado especialmente por um acordo de restrição de oferta da Opep+. Já a moeda norte-americana registrou nesta sexta-feira a terceira semana seguida de ganhos frente ao real, atingindo o maior patamar desde novembro. Neste ano, os preços da gasolina nas refinarias da Petrobras já acumulam alta de 41,5%, enquanto o diesel soma ganho de 34%. Os valores nos postos, no entanto, não acompanham necessariamente os reajustes nas refinarias e dependem de uma série de questões, incluindo margem de distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de biocombustíveis.