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Brasil

Socorro

Diante da omisso de Jair Bolsonaro, 65 senadores da República pedem socorro ao mundo

O Senado divulgou uma moção de apelo pedindo ajuda internacional para o Brasil lidar com o avanço e as mortes por covid-19

Foto: Divulgação
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Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, senadora Kátia Abreu (PP-TO)

22 março, 2021

Brasília (DF) - Com um presidente incapacitado para governar o país, senadores ligados ao governo assinam Carta de "moção de apelo à comunidade internacional", na qual 65 senadores pedem socorro ao mundo em meio à pandemia da covid-19. Três-vices líderes do governo Bolsonaro assinam a carta: senador Jorginho Mello(PL), Sérgio Petecão(PSD) e Marcos Rogério(DEM). O senador Flávio Bolsonaro(Republicano), não assinou a carta. Os senadores de Mato Grosso estão na lista dos que assinaram a carta: Jayme Campos(DEM), Carlos Fávaro(PSD) e Wellington Fagundes(PL). Os senadores que assinam a carta são: Mecias de Jesus, Simone Tebet, Izalci Lucas, Kátia Abreu, Davi Alcolumbre, Carlos Viana, Randolfe Rodrigues, Eliziane Gama, Fabiano Contarato,Veneziano Vital do Rêgo, Nelsinho Trad, Alessandro Vieira, Renan Calheiros, Angelo Coronel, Nilda Gondim, Flávio Arns, Zenaide Maia, Alvaro Dias, Omar Aziz, Soraya Thronicke, Marcos do Val, Chico Rodrigues, Otto Alencar, Confício Moura, Oriovisto Guimarães, Weverton Rocha, Tasso Jereissata, Mailza Gomes, Paulo Paim, Eduardo Girão, Paulo Rocha, Rose de Freitas, Eduardo Braga, Styvenson Valetin, Acir Gurgacz, Humberto Costa, Jaques Wagner, Rogério Carvalho, Jean Paul Prates, Jorginho Mello, Leila Barros, Antono Anastasia, Lucas Barreto, Luiz do Carmo, Marcelo Castro, Vanderlan Cardoso, Roberto Rocha, Marcos Rogério, Carlos Portinho, Rodrigo Cunha, Jorge Kajuru, Telmário Mota, Plínio Valério, Zequinha Marinho, Romário, Mara Gabrilli, Ciro Nogueira, Jader Barbalho, Regulffe, Lasier Martins. A articulação coube à presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) da Casa, a senadora Kátia Abreu (PP-TO). “Estamos apelando ao mundo duas questões. A mais importante, é uma questão humanitária. O número de mortes que o Brasil se encontra hoje. O mundo não pode assistir os brasileiros morrerem na fila de espera da vacina”, afirmou a parlamentar. “Também apresentamos um risco altíssimo de contaminação. Inclusive de novas cepas se espalharem pelo mundo. Não queremos nada dado. Queremos que os fabricantes nos adiante as doses”, explicou a senadora. De acordo com Kátia Abreu, a intenção é que as empresas, ou países que tenham medicamento no estoque possam enviar ao Brasil até 70 milhões de doses para que os municípios terminem de vacinar a população com mais de 60 anos. A intenção é conseguir os imunizantes fora do cronograma das empresas. “Seria extraordinário. Daria uma folga para hospitais e leitos. Não temos mais onde internar o povo. O médico infectologista doutor David Uip já afirmou que vacinado essa faixa etária, já conseguiríamos conter o vírus e as mortes”, lembrou a parlamentar.  A presidente da CRE destacou, ainda, que o Brasil “não quer ser especial”. Após a vacinação, o país pode estudar formas de repor os estoques de outras nações, por exemplo. “Depois, podemos devolver a vacina. É um momento de altíssima gravidade. Estou muito esperançosa de que a gente possa levar essa comoção ao mundo. Vamos mobilizar dezenas de instituições, começando como OMS, ONU, Banco Mundial, embaixadores nossos no mundo e embaixadores estrangeiros no Brasil. Todo mundo sabe da situação do Brasil. Não estamos exagerando”, disse.

Confira, na íntegra, o texto da moção:
MOÇÃO DE APELO À COMUNIDADE INTERNACIONAL

No momento em que a sombra nefasta da morte paira sobre milhões de brasileiros, e que novas formas do vírus da Covid 19 se tornam uma assustadora ameaça global, apelamos à comunidade internacional. O Brasil se tornou o epicentro mundial da pandemia. Dados confirmados pela OMS mostram que superamos nesta semana a alarmante média móvel de 72 mil novos casos e mais de 2 mil óbitos por dia. O país reclama atenção emergencial do mundo. Nosso ritmo de imunização é insuficiente para conter a propagação da doença. Até o momento, menos de 5% dos 210 milhões de brasileiros foram vacinados. Dependemos de vacinas e insumos farmacêuticos ativos (IFA) importados, que chegam em ritmo lento, se comparado ao desafio posto pela segunda e devastadora onda da pandemia no Brasil. Nesta crise sanitária sem precedentes que atinge o mundo, barreiras fronteiriças não nos podem proteger da propagação do vírus e do surgimento de possíveis variantes. A única defesa é a cooperação internacional, com a vacinação urgente de nossa população. Semelhante situação impõe ao Senado Federal a tarefa de fazer aos demais países um doloroso alerta: o avanço da pandemia no Brasil representa risco real para o mundo. Deixar que o povo brasileiro continue a morrer sem vacinas significa uma agressão a todas as tradições humanas. É o oposto de tudo o que a civilização representa. Destrói os princípios de convivência humana. Impõe o medo e compromete a tranquilidade e segurança de todos os países. Em todos os momentos dramáticos da história do mundo o Brasil deu sua contribuição. Agora, precisamos contar com a comunidade internacional, em especial dos países produtores de vacinas, bem como dos detentores de estoques estratégicos da mesma. A ordem internacional pode mostrar que é capaz de enfrentar os desafios com uma visão grandiosa, baseada na paz, na solidariedade, na tolerância, e na razão que é a matriz de todo o direito. Só assim vamos seguir adiante com o fortalecimento de uma consciência de cidadania planetária, alicerçada em valores universais.

SENADO FEDERAL / REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Fontes: Correio Braziliense / www.poptvnews.com.br