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Corrupção

Delegados federais recebiam mensalinho

Delegados federais recebiam mensalinho de R$ 5 mil para informar sobre investigações

Foto: Agência Brasil
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Polícia Federal prende suspeitos de desvio de dinheiro de bancos

17 outubro, 2020

Rio de Janeiro (RJ) - Um grupo de empresários do ramo de saúde pagava uma espécie de mensalinho, no valor de R$ 5 mil, para que delegados federais dessem informações sobre qualquer operação que fosse planejada pela Polícia Federal contra eles. As investigações da PF descobriram que um dos grupos atuava fornecendo medicamentos a prefeituras do Rio de Janeiro e, por isso, queriam que o delegado Wallace Noble, de 39 anos, desse informações sobre o setor. O delegado foi preso na quinta-feira (15/10), na segunda fase da operação Tergiversação. O empresário Marcelo Freitas Lopes, também com mandato de prisão, não foi encontrado pelos policiais. Segundo as investigações, foram identificados pagamentos de R$ 10 milhões em propina pelo grupo. De acordo com os investigadores, havia uma organização criminosa que agia de maneira sistêmica dentro da Superintendência da PF no RJ. "A atuação da organização criminosa (...) teria se caracterizado como um quadro de corrupção sistêmica instalado em busca de recebimento de propina por parte dos aludidos delegados de Polícia Federal”, diz denúncia do Ministério Público Federal. A polícia afirma que, durante os meses de fevereiro e abril de 2017, o delegado Wallace Noble teria recebido R$ 480 mil em propinas pagas por empresas localizadas em Volta Redonda, no sul fluminense.  O delegado estava, na época, em missão na região e conseguiu concluir o inquérito em pouco tempo tomando presencialmente o depoimento de envolvidos que residiam no Rio, o que não é usual e poderia ser feito através de carta precatória. Depoimentos de colaboradores e depósitos bancários obtidos pela PF mostrariam que essa forma de agir foi uma maneira do policial se aproximar dos investigados e receber propinas. Na primeira etapa da operação, realizada em junho do ano passado, um delegado da ativa da PF, um escrivão da PF e um advogado foram presos. Segundo a corporação, o esquema excluía, mediante propina, os nomes de empresários e de suas companhias das investigações em curso em um núcleo da Polícia Federal. Seis pessoas foram denunciadas pelo MPF pelos crimes de corrupção ativa e passiva. Nesta segunda fase, os suspeitos são investigados por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, organização criminosa e obstrução à justiça.

Fontes: Yahoo Notícias / www.poptvnews.com.br