Segunda-feira, 25 de
Novembro de 2024
Brasil

Investigações

CPI da Covid: 'Queremos saber por que não compramos as 70 milhões de vacinas da Pfizer', diz presidente da comissão

A declaração foi dada após a convocação dos três ex-ministros da Saúde do governo Bolsonaro, além do atual e do diretor-presidente da Anvisa, para depor na condição de testemunhas

Foto: Reprodução/Globonews
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A CPI da Covid tem Omar Aziz (PSD-AM) como presidente e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) na vice-presidência

29 abril, 2021

Brasília (DF) -  O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que quer respostas sobre o porquê do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) não ter comprado as 70 milhões de doses da vacina contra o coronavírus do laboratório Pfizer. “Nós queremos saber por que a gente não comprou as 70 milhões de vacinas [do laboratório Pfizer, que foram oferecidas ao Brasil no ano passado, mas o governo recusou]”, afirmou, quinta-feira (29/4), a jornalistas. Em agosto do ano passado, a farmacêutica ofereceu ao governo brasileiro 70 milhões de doses da vacina com previsão de entrega ainda em dezembro. A oferta, porém, foi recusada.  A CPI da Covid vai investigar as ações e omissões do governo federal na condução da pandemia e o repasse de recursos federais na área da saúde a estados e municípios. Convocação de ex-ministros para depor como testemunhas. A declaração de Aziz foi dada após a comissão ter aprovado, nesta quinta-feira (29), a convocação dos três ex-ministros da Saúde do governo Bolsonaro, além do atual e do diretor-presidente da Agência Nacional de Viligância Sanitária (Anvisa), para depor na condição de testemunhas. 

Veja datas e horários:

Terça-feira, 4 de maio: Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich;

Quarta-feira, 5 de maio: Eduardo Pazuello;

Quinta-feira, 6 de maio: Marcelo Queiroga e Antônio Barra Torres.

O senador vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), listou, em entrevista à Globonews, algumas perguntas que podem ser feitas aos ex-ministros. Durante a fala de hoje, o presidente da comissão no Senado ainda disse que quer apurar o motivo de o Brasil sofrer com falta de vacinas contra a Covid-19.  “Nós estamos atrás de soluções, de saber por que não entramos nos consórcios, por que a gente não participou de compras de outras empresas que estão produzindo vacina. Esse é o objetivo principal, sem pré-julgar ninguém”, declarou. Ao lado do vice-presidente da CPI da Covid, Aziz deu mais detalhes sobre como as investigações devem ocorrer durante a CPI. Ele afirmou que “vão acontecer vários enredos” e que não é possível saber que rumos as apurações podem tomar.  “É uma novela que nós vamos formar, que tem início, meio e fim”, disse. “Não adianta a gente colocar no plano de trabalho que supostamente ou provavelmente o fulano de tal vai falar isso ou aquilo.” Primeiro lote da vacina da Pfizer deve chegar ao Brasil nesta quinta O Ministério da Saúde anunciou a chegada das primeiras doses da vacina contra covid-19 da Pfizer no Brasil na quinta-feira (29/4). Serão entregues 1 milhão de doses do imunizante. A chegada das doses acontece três meses depois de o governo Bolsonaro dizer que a compra de vacinas da farmacêutica geraria “frustração” nos brasileiros. Em 24 de janeiro, o Ministério da Saúde emitiu uma nota para explicar porque havia rejeitado a chegada de vacinas ao país. O Congresso, então, aprovou uma lei que flexibilizava as regras para a compra de vacinas. A partir daí, a negociação entre o governo e a Pfizer avançou. O governo federal anunciou em março a assinatura de contrato com a Pfizer para fornecimento de 100 milhões de doses de vacina contra a covid-19. A previsão é que haja entregas ainda em maio e junho, totalizando 15,5 milhões. "Uma boa notícia é justamente a antecipação de doses da vacina Pfizer, fruto de uma ação direta do presidente da República Jair Bolsonaro com o executivo principal da Pfizer, que resulta em 15,5 milhões de doses da Pfizer já no mês de abril, maio e junho", anunciou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em pronunciamento no Palácio do Planalto. O Congresso, então, aprovou uma lei que flexibilizava as regras para a compra de vacinas. 

Mais de R$ 10 milhões em seguro internacional
Após meses de críticas, o governo federal desembolsou R$ 10,3 milhões para contratar um seguro internacional que cubra a responsabilidade em casos de eventos adversos das vacinas da Pfizer e da Janssen.  Embora as vacinas ainda não tenham sido entregues ao Braisil, as ordens de pagamento foram emitidas pelo Ministério da Saúde em 30 de março, segundo a Folha de S. Paulo. Os pagamentos foram feitos à empresa inglesa de seguros Newline Underwriting Management Limited. No dia seguinte, 31 de março, o governo antecipou o pagamento por 20% das doses de vacinas da Pfizer, com um depósito de R$ 1,14 bilhão. A Janssen recebeu R$ 536,7 milhões antecipados em 25 de março, segundo o jornal. Em 18 de março, o Ministério da Saúde contratou 100 milhões de doses da Pfizer e outros 38 milhões de doses foram comprados da Janssen.

Distribuição das doses
O Ministério da Saúde estuda distribuir esse lote de vacinas da Pfizer somente para capitais e outros centros urbanos de grande porte. Os gestores entendem que, ao menos para essas primeiras doses, seria melhor adotar novas regras de distribuição, que considerassem a estrutura disponível em cada local. Isso porque a vacina da Pfizer demanda uma temperatura de -60°C para ser transportada em segurança.

Vacinação contra covid-19
O Brasil já aplicou Brasil aplicou ao menos uma dose de vacina contra Covid em mais de 30,2 milhões de pessoas. O número representa 14,29% da população brasileira. Mas diversas cidades brasileiras suspenderam a aplicação da segunda dose. Segundo dados do Estadão, pelos menos oito estados estão sendo afetados pela falta de vacinas CoronaVac, vacina contra a covid-19 produzida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório chinês SinoVac.

Fontes: Jornal Folha de S. Paulo / www.poptvnews.com.br