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Impossível

‘Cantar pior que o Chico Buarque é impossível’, diz Tony Tornado na final do PopStar

Frase do jurado do reality show sobre o compositor vencedor do Prêmio Camões 2019 dividiu opiniões

Foto: Divulgação
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A crítica ao autor da música deixou outras juradas impactadas, como as cantoras Aline Rosa e Fafá de Belém

30 dezembro, 2019

Rio de Janeiro (RJ) - Na final do reality show PopStar, da Globo, neste domingo (29/12), foi o jurado Tony Tornado quem se destacou. Após a atriz Totia Meireles apresentar sua versão da canção Gota D’Água, o cantor e ator disse “Para ela, cantar pior que o Chico Buarque é impossível”. A crítica ao autor da música deixou outras juradas impactadas, como as cantoras  Aline Rosa e Fafá de Belém. O vencedor da competição foi o ex-goleiro da Chapecoense Jakson Follmann. No Twitter, as reações se dividiram e foi relembrada a posição política de Chico Buarque, apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua sucessora, Dilma Rousseff. O cantor chegou a estar presente na votação do impeachment da petista, no Senado, em 2016. Neste ano, o cantor e escritor conhecido como um dos maiores nomes da MPB, foi vencedor do Prêmio Camões 2019, um dos maiores reconhecimentos da literatura em língua portuguesa.  Instituída em 1988, a premiação tem como objetivo de reconhecer um autor de língua portuguesa que tenha “contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural” do idioma através de seu conjunto da obra. A 31ª edição do prêmio, organizado pelos governos de Portugal e do Brasil, dá ao vencedor 100 mil euros. Além de músico, Chico Buarque também teve seu trabalho como dramaturgo e como escritor reconhecido. Ele é vencedor dos prêmios Jabuti de melhor livro do ano por Leite Derramado e por Budapeste, além de premiado como melhor romance com Estorvo. Ao ser questionado por jornalistas se assinaria o diploma do prêmio, o presidente Jair Bolsonaro disse: “Eu tenho prazo? Então 31 de dezembro de 2026, eu assino”. Em resposta, o cantor escreveu em uma publicação no Instagram “A não assinatura do Bolsonaro no diploma é para mim um segundo prêmio Camões”.

Tony Tornado
Aos 89 anos, Tony Tornado é um dos maiores nomes da soul music brasileira. Em 1970, venceu o V Festival Internacional da Canção com BR-3, música de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar. A canção também deu nome ao seu primeiro LP, de 1971, que se tornou um clássico do gênero. No ano seguinte, no mesmo festival, durante a defesa de Black is beautiful por Elis Regina, o cantor subiu no palco e fez o sinal do grupo revolucionário americano Panteras Negras. Na ocasião, Tony foi preso pelo  Dops (Departamento de Ordem Política e Social), órgão de repressão da ditadura militar. Em entrevista ao jornal O Globo publicada em junho, ao ser questionado sobre a representatividade negra na televisão, o ator criticou o colega Lázaro Ramos. “Deu uma melhoradinha, mas ainda falta muito. O que eu não gosto muito é desse paternalismo. Adoro o Lazinho (Lázaro Ramos), mas existe uma alta proteção, e às vezes exageram em querer mostrar a negritude dele e fica tão fora do contexto, naquele casarão, com aqueles empregados (na série “Mister Brau”). Não que a gente não possa ter, mas não é normal num país como o nosso”, disse. Na mesma entrevista, o cantor também elogiou o apresentador de televisão e fundador do SBT, Silvio Santos com quem serviu ao Exército. “Quando você vê o programa dele, as barbaridades que ele fala... eu me divirto”, disse.

Fonte: By Equipe HuffPost