Sábado, 23 de
Novembro de 2024
Brasil

Agressão

Bombeiro do Rio agride e raspa o cabelo da filha de 14 anos após ver vídeo com cigarro e bebida

Sargento dos Bombeiros raspou cabelo da própria filha, uma adolescente de 14 anos, ao se irritar com um vídeo em que a menina aparecia supostamente tomando bebida alcoólica e fumando cigarro

Foto: Arquivo pessoal
post
A adolescente de 14 anos

16 dezembro, 2019

Rio de Janeiro (RJ) - Um sargento do Corpo de Bombeiros do Rio raspou o cabelo da própria filha, uma adolescente de 14 anos, ao se irritar com um vídeo em que a menina aparecia supostamente tomando bebida alcoólica e fumando cigarro. A informação é do jornal Extra, segundo o qual o caso, registrado na 30ªDP (Marechal Hermes), aconteceu na madrugada de quinta-feira (12/12) em Bento Ribeiro, na zona norte. O sargento e a mãe da adolescente são separados. A polícia informou que a filha passava uns dias na casa do pai, mas acabou sendo alvo do comportamento descontrolado do militar. Ele disse, em depoimento, ter recebido um vídeo em que a filha aparecia reunida com outros jovens numa praça próximo de casa. Nas imagens, teria visto bebida e cigarro. A delegacia de Marechal Hermes, que abriu inquérito para apurar as circunstâncias em que tudo aconteceu, afirmou que o bombeiro disse imaginar que se tratasse de um cigarro de maconha, e passou a acreditar que a filha não era mais virgem. Por causa disso, seguiu contando em depoimento, ficou nervoso e passou dos limites. A adolescente negou as acusações do pai. Conforme o Extra, a mãe e a adolescente decidiram comprar uma peruca para tentar minimizar o trauma da jovem. Como a peruca custava aproximadamente R$ 3 mil, amigos decidiram criar uma vaquinha online para ajudar a pagar. “Queremos comprar logo para que seja algo menos doloroso para minha filha lidar todos os dias, ter que ficar se olhando no espelho e se sentindo inferior, diminuída”, disse a mãe. De acordo com a versão da vítima à polícia, além de raspar o cabelo dela, o sargento ainda a teria agredido com socos no rosto e no braço, onde apresenta hematomas. “Ele me xingou muito e disse que não prestava. Falava 'você é piranha igual sua mãe'. Agora estou um pouco melhor, mas eu me olhava no espelho e só chorava”, lembrou a garota. Segundo a mãe, o sargento sempre foi muito agressivo com palavras e já teria agredido a filha outras vezes, mas nunca com tanta violência. A Polícia Civil solicitou à Justiça a proibição do sargento de encontrar a menina até que o inquérito seja concluído. A medida protetiva, informaram os agentes, já foi deferida. Os investigadores também decidiram fazer uma perícia na casa da mãe da jovem, isso porque ela contou na delegacia que há cerca de um ano, durante uma discussão, o bombeiro fez um disparo de arma de fogo. A Polícia Civil informou, em nota, que foram instaurados dois inquéritos: um para apurar as lesões e injúrias à menor, e outro, inicialmente, para apurar disparo de arma de fogo. Já o Corpo de Bombeiros informou também por meio de nota que instaurou processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do militar, e que a Corregedoria Interna da corporação determinou a suspensão do porte de arma do sargento. Na esfera criminal, a competência é da Polícia Civil. A corporação informou ainda que o CBMERJ reforça que não compactua com atos ilícitos ou que vão de encontro à ética, à moral e aos bons costumes.