Em um áudio que circulou entre caminhoneiros neste domingo (31/1), o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, diz não ser possível atender as reivindicações da categoria. A autenticidade da mensagem foi confirmada pela pasta em nota. Entidades representantes dos motoristas planejam uma greve nesta segunda (1º/2). Segundo o colunista do UOL Chico Alves, o ministro afirmou no áudio que os caminhoneiros precisam "desmamar" do governo, que os integrantes da categoria devem pensar como empresários e que há obstáculos econômicos agravados pela ação de prefeitos e governadores que "fecharam tudo" durante a pandemia. Tarcísio disse também que suspeita de motivação política para a paralisação, por estar marcada para o mesmo dia da eleição dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, segundo Alves. O áudio foi enviado a representantes da Associação dos Caminhoneiros e Condutores de Capão da Canoa (RS). Em nota, o ministério da Infraestrutura afirma que na conversa o ministro "reafirmou o seu posicionamento em referência às ações setoriais adotadas pela pasta". Ainda segundo a pasta, Tarcísio teria reforçado "a total abertura para o diálogo com todas as entidades que demonstram interesse em fazer parte da formulação da política pública", bem como sua posição "de não negociar com qualquer indicativo de paralisação ou locaute". O ministério afirma também que Tarcísio manifestou sua opinião "sobre temas de interesse, como a tabela de frete e a necessidade de estimular a economia para ampliar o mercado do transporte rodoviário de cargas". Após a divulgação do áudio, Tarcísio reafirmou em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" que o governo espera uma adesão baixa ao movimento. O ministro disse que tem conversado com representantes do setor e que as empresas de transporte e os principais sindicatos trabalharão normalmente. No sábado (30/1), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um novo apelo para que os caminhoneiros não entrem em greve. Ele disse ainda que a redução da PIS/Cofins do óleo diesel traria um impacto bilionário para os cofres públicos e que, para adotar essa medida, o governo precisa indicar de onde viria a compensação pela perda dos recursos. O preço do combustível é um dos pontos que tem gerado insatisfação entre motoristas.