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Contrasenso

Bolsonaro: quem pede mais imunizantes é “mau caráter ou imbecil”

Com 5% da população vacinada, Bolsonaro diz que quem pede mais imunizantes é “mau caráter ou imbecil”

Foto: Evaristo Sá/AFP via Getty Images
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Presidente Jair Bolsonaro não acredita que faz sentido cobrar mais vacinas

18 março, 2021

Brasília (DF) - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que pessoas que pedem a compra de mais vacinas é “mau caráter ou imbecil”. Segundo o mandatário, a previsão que, ainda em 2021, o Brasil tenha 400 milhões de doses de vacina contra a covid-19. “A previsão desse ano é termos 400 milhões de doses, aí o cara fala ‘quero vacina! Cadê a vacina?’, ou o cara é mal intencionado, mau caráter, ou é um imbecil, não consegue acompanhar. É impressionante. Pô, critica em cima da matéria, justo, sem problema nenhum, sou passível de erro, quem nunca errou na vida?”, disse. Atualmente, o Brasil vacinou 5,06% da população com pelo menos uma dose, ou seja, 10,7 milhões de pessoas. Entre elas, 3,9 milhões já tomaram as duas doses. A vacinação em diversos estados do país está caminhando a passos lentos pela falta de doses suficientes.

Lote suspeito Oxford

Na fala, Bolsonaro mencionou a questão da vacina Oxford/AstraZeneca contra a covid-19. Países como Alemanha, Itália e França suspenderam o uso do imunizante por possíveis efeitos colaterais, como a formação de coágulos. Bolsonaro, que apostou na vacina e importou a tecnologia para ser usada na Fiocruz, chamou a situação de “suspeita”. O Brasil também aplica o imunizante. As suspensões começaram após casos de morte por trombose na Dinamarca e na Áustria, e se ampliaram apesar de recomendações contrárias tanto da OMS (Organização Mundial da Saúde) quanto da EMA (agência regulatória europeia). A Organização Mundial da Saúde nega que haja ligação comprovada entre os efeitos adversos e aplicação da vacina. Por isso, as pessoas não devem entrar em pânico. Na terça-feira (16/3), a presidente da Fiocruz, que produz a vacina de Oxford no Brasil, minimizou a decisão dos países europeus. Para ela, houve cautela, mas é preciso observar os efeitos. "É importantíssimo dizer que faz parte da cautela essa avaliação de todas as vacinas. Nós na Fiocruz temos ampla experiência com esse tipo de farmacovigilância e frisamos que tanto a agencia europeia EMA quanto a Organização Mundial da Saúde não recomendaram a interrupção da vacinação", afirmou durante reunião virtual da comissão externa da Câmara que acompanha as medidas de enfrentamento da Covid-19.