Terça-feira, 24 de
Dezembro de 2024
Brasil

Silêncio

Bolsonaro quebra silêncio sobre Braga Netto

Veja a reação de políticos sobre a prisão

Reprodução: Presidência da República
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Jair Bolsonaro e o general da reserva, Walter Braga Netto

15 dezembro, 2024

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou pela primeira vez sobre a prisão do general Walter Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e da Defesa em seu governo e seu vice na campanha eleitoral de 2022. O general foi preso preventivamente  sábado (14/12) pela Polícia Federal (PF), por estar "atrapalhando a livre produção de provas" da investigação sobre a trama golpista, na qual também é apontado como um dos envolvidos. A prisão preventiva de Braga Netto foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que se baseou no último depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid relatou, ao próprio Moraes, que o general da reserva tentou obter dados sigilosos de sua delação premiada à PF. Em uma publicação no X, o ex-presidente, que também é um dos investigados pela tentativa de golpe, questionou a prisão do aliado. Em sua postagem, Bolsonaro evitou fazer uma menção direta ao nome de Braga Netto, a quem chama de "General".  "A prisão do General. Há mais de 10 dias o "Inquérito" foi concluído pela PF, indiciando 37 pessoas e encaminhado ao MP. Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?", questionou o ex-presidente. O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente da República entre 2019 e 2022, também criticou a prisão de Braga Netto. Para ele, o evento representa um "atropelo" das leis. “O General Braga Netto não representa nenhum risco para a ordem pública e a sua prisão nada mais é do que uma nova página no atropelo das normas legais a que o Brasil está submetido”, postou Mourão, que também é general da reserva, no X. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) chamou a prisão de "injusta" e disse se tratar de "cortina de fumaça". "O general preso hoje é um senhor de 67 anos de idade, que tem uma vida inteira de serviços prestados à Pátria. (...) Estamos diante de mais uma decisão do Poder Judiciário que nos causa tristeza e indignação", publicou a parlamentar.

Aliados de Lula falam em "solidez" das instituições
Parlamentares aliados do governo do presidente Lula (PT) também repercutiram a prisão de Braga Netto. O líder do governo na Câmara dos Deputados Federais José Guimarães (PT-CE), disse que a operação que prendeu Braga Netto mostra a "solidez" das instituições brasileiras.

"A prisão de Braga Netto é uma demonstração da solidez das nossas instituições, diante das ameaças à democracia. A reconstrução do Brasil começou com a defesa do Estado democrático de direito", publicou Guimarães. O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), disse que a prisão aponta um "avanço da democracia" no país. "A prisão da decretação da prisão de quem quer que seja não é razão para celebração. Dito isto, o fato de que pela primeira vez na história do Brasil um general de quatro estrelas é preso por tentativa de golpe de estado é por si só um sinal de que avançamos como democracia constitucional", afirmou Randolfe. A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), disse em publicação que Braga Netto foi preso por tentar obstruir as investigações da PF. Ela salientou que ele é apontado como um dos envolvidos no plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. "Com essa gente não pode haver impunidade. Punição para todos, a começar pelo chefe inelegível. Sem anistia", publicou Hoffmann. Defesa de Braga Netto nega tentativa de intervir nas investigações
Em nota, a defesa do general afirmou que vai comprovar que o ex-ministro não atuou para obstruir as investigações do inquérito sobre a trama golpista. "Entretanto, com a crença na observância do devido processo legal, teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução as investigações", diz o comunicado assinado pelos advogados Luís Henrique César Prata, Gabriella Leonel de S. Venâncio e Francisco Eslei de Lima.