Belo Horizonte (MG) - Setenta imigrantes, deportados dos Estados Unidos, viajaram de volta ao Brasil em um voo fretado por uma agência norte-americana, e desembarcaram no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, no começo da madrugada deste sábado (26/10). O grupo permaneceu preso ao longo de um mês na cidade de El Paso e, segundo "O Globo", entre os imigrantes está um bebê com apenas 1 ano de idade. Cada uma dessas pessoas será ouvida pela Polícia Federal em uma investigação sobre o esquema de imigração ilegal em Minas Gerais. A corporação ainda não apontou quando esses depoimentos serão tomados, e funcionários que atuam no terminal de informações do aeroporto não estão autorizados a comunicar se os imigrantes foram imediatamente liberados após o pouso ou se precisaram ser submetidos a algum procedimento jurídico. O voo que os trouxe de volta ao Brasil foi fretado pela agência federal norte-americana responsável por imigração e alfândega. Além da equipe de bordo, um policial desse órgão, 20 seguranças contratados e uma enfermeira supervisionaram a viagem. A BH Airport, concessionária à frente do aeroporto, informou apenas que o voo com os brasileiros pousou às 2h05 no terminal internacional. A reportagem de O TEMPO e da Rádio Super FM (91,7) procurou o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, para falar sobre a situação dos imigrantes no período em que ficaram detidos nos Estados Unidos, e aguarda posicionamento.
Prisão
Os brasileiros teriam tentado permanecer ilegalmente naquele país, de acordo com a Polícia Federal, apresentando-se aos fiscais na fronteira com a expectativa de responder a um processo administrativo em liberdade. Segundo a corporação, imigrantes maiores de idade teriam usado crianças e adolescentes, ou até se passado por menores, para facilitar a entrada e estada em território norte-americano. Entretanto, as leis de combate à imigração ilegal tornaram-se mais rígidas no país com o governo de Donald Trump e excluíram a possibilidade desse julgamento a longo prazo. Além disso, o Brasil fechou um acordo com Washington, em julho deste ano, para acelerar a deportação de brasileiros sem passaporte ou que estivessem em situação irregular no país. Familiares desses brasileiros detidos em El Paso até a deportação, nessa sexta-feira (25), contaram a "O Globo" que, além de condições humanas precárias enfrentadas pelos imigrantes no cárcere na cidade texana – inclusive, há relatos de restrições a banhos, autoridades americanas se recusaram a passar informações sobre os detidos.
Condenado por homicídio entre os deportados
Condenado por um homicídio qualificado cometido há 19 anos, em Governador Valadares (MG), no Rio Doce, um homem de 48 anos está entre os deportados que chegaram a Confins nesta madrugada. Como figurava na lista de difusão vermelha da Interpol, após o desembarque, acabou preso pela Polícia Federal. Segundo a corporação, após ser condenado a seis anos de reclusão pelo crime de homicídio em sua cidade, o homem fugiu para os Estados Unidos. Recentemente, ele ainda teria tentado matar um casal de brasileiros na Flórida (EUA. Com relação aos demais deportados, fica com a palavra Jair M. Bolsonaro presidente da República Federativa do Brasil, amigo pessoal de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos da América do Norte (EUA).