Segunda-feira, 25 de
Novembro de 2024
Brasil

Deselegância

Após reunião com Bolsonaro, situação do embaixador de Israel complica

Daniel Zonshein cruzou uma linha que não se cruza em diplomacia ao ter encontro com Jair Bolsonaro

Sarah Teófilo/Metrópoles
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Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reúne em Brasília (DF)   com o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine e deputados federais de oposição

10 novembro, 2023

A reunião do embaixador de Israel com o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro não passou em branco no Itamaraty. Daniel Zonshein se reuniu, na quarta-feira (8/11), com deputados bolsonaristas e o ex-presidente na Câmara dos deputados federais em Brasília (DF) para mostrar imagens dos ataques do Hamas contra israelenses no mês passado. Zonshein cruzou de novo uma linha que não se cruza em diplomacia. Já havia criticado para a imprensa o governo brasileiro. Agora se reuniu com um ex-presidente de oposição. Zonshein já foi chamado uma vez no Itamaraty, onde ouviu críticas às suas declarações.

Reunião

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi à Câmara dos Deputados Federais na quarta-feira (8/11) para se reunir com o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, e deputados de oposição, a maioria do Partido Liberal (PL). A visita não foi informada com antecedência nem aos deputados. Eles foram informados pelo grupo de WhatsApp da oposição pouco antes da chegada do ex-presidente, pelo deputado Gustavo Gayer (PL-GO). O objetivo do encontro, segundo parlamentares, é a exibição de vídeos sobre o grupo armado extremista Hamas e a guerra de Israel contra o grupo após ataque terrorista no dia 7 de outubro.

Itamaraty

A atitude do embaixador de Israel em Brasília, Daniel Zonshine, de se reunir com Jair Bolsonaro (PL)  na quarta-feira (8/11) foi considerada nos corredores do Itamaraty como uma quebra grave de protocolo, uma intromissão na política doméstica e uma relação complicada com um personagem público que está inelegível. As informações foram obtidas em uma apuração que envolveu contatos com quatro embaixadores brasileiros, em Brasília e no exterior. Além deles, um mediador estrangeiro de conflitos e dois diplomatas brasileiros de médio escalão foram consultados. Oficialmente, o Itamaraty apenas diz que a prioridade é a retirada dos 34 brasileiros de Gaza.Existiriam duas opções: o envio de um protesto formal por parte do Itamaraty ao governo de Israel ou até mesmo a retirada temporária do embaixador do Brasil em Tel Aviv.A decisão dentro do governo foi a de abafar a crise. Qualquer ruptura com Israel, neste momento, aprofundaria as dificuldades para retirar os brasileiros que estão em Gaza. O gesto, segundo experientes negociadores estrangeiros, é raro. Membros do alto escalão do governo Lula indicaram que, no atual contexto, ele amplia um racha na sociedade brasileira. Certos embaixadores chegaram a alertar que o encontro sinaliza até mesmo que Israel continua considerando Bolsonaro como um ator legítimo da política nacional, mesmo diante dos atentados golpistas de 8 de janeiro, dos processos que existem contra o ex-presidente e diante do fato de ele estar impedido de se candidatar. O encontro foi classificado internamente como uma violação de alguns dos principais pilares da diplomacia e uma provocação deliberada. O certo que alguns setores do governo brasileiro, acho que o embaixador judeu Daniel Zonshine anda falando demais e indevidamente,  no momento em que o movimento antisemitismo crese no Brasil, principalmete no calor  do conflito em Israel e o grupo extremita  Hamas.  Considerada a ponta do iceberg de um problema muito mais profundo e que penetra com força na sociedade brasileira, nos últimos dois anos foram registrados pela mídia e redes sociais 104 “acontecimentos antissemitas” no Brasil,  durante o governo do  presidente Jair MessiasBolsonaro”.