Quinta-feira, 04 de
Julho de 2024
Brasil

Demissão

Após dia tenso, Bolsonaro demite diretor-geral da PF e Moro pode confirmar demissão

Moro pode efetivamente pedir demissão após a exoneração de seu aliado

Foto: Marcos Correa/Brazils Presidential Press Office via AP
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Bolsonaro (direita) demite Valeixo e Moro poderá deixar o Ministério da Justiça

24 abril, 2020

Brasília (DF)  - O presidente Jair Bolsonaro oficializou nesta sexta-feira a demissão do diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo, nome de confiança do ministro Sergio Moro para o cargo. A possibilidade de sua demissão gerou uma crise ontem entre Bolsonaro e Moro, que ameaçou pedir demissão caso Valeixo fosse demitido. O ministro não foi avisado por Bolsonaro que a demissão de Valeixo seria efetivada e, segundo interlocutores, avalia pedir demissão diante do cenário. O decreto de demissão de Valeixo não foi formalmente assinado por Moro, apesar de seu nome constar no decreto. Isso indica que a discordância entre os dois se ampliou e agravou a crise política iniciada ontem. Fontes do ministério apontam que Moro pode efetivamente pedir demissão após a exoneração de seu aliado. Nome de confiança do ministro, Valeixo comandou a Superintendência da PF no Paraná durante a Operação Lava-Jato e foi indicado por Moro para comandar a corporação assim que assumiu o ministério da Justiça. Sua permanência, entretanto, acabou sendo alvo de atritos com Bolsonaro, que em meados do ano passado tentou impor a indicação de um nome para a Superintendência da PF do Rio. A corporação reagiu à interferência externa e, diante do impasse, Bolsonaro ameaçou demitir Valeixo na ocasião. Após os desgastes, Valeixo negociava uma saída pacífica do cargo para meados de junho, mas a antecipação da demissão surpreendeu aliados. Agora, o presidente queria indicar um nome de sua confiança ao comando da PF, mas Moro se posicionou contrariamente e tenta controlar a sucessão na corporação para blindá-la de influência política.

Fonte:  O Globo / Poptvnews