Brasília (DF) - Com faixas pedindo intervenção militar, um pequeno grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro promoveu domingo (28/6) uma manifestação em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília. Cerca de 100 pessoas se concentraram no Setor Militar Urbano, a 8km da Esplanada dos Ministérios. No início da manhã, porém, houve um protesto anti-governo, simbólico e silencioso, no gramado da Esplanada com mil cruzes em homenagem aos mortos pelo coronavírus, organizado por um grupo de esquerda chamado Resistência e Ação. Um dos líderes do movimento a favor de Bolsonaro foi o professor e youtuber Emerson Teixeira, investigado no inquérito do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre atos antidemocráticos, tendo sido alvo de busca e apreensão em operação da Polícia Federal. Os manifestantes ostentavam faixas defendendo intervenção militar, com "Bolsonaro no poder", além da criminalização do comunismo e de uma nova Constituição. Além da aglomeração, muitos não usavam máscara de proteção, item obrigatório por meio de decreto no Distrito Federal sobre o combate ao coronavírus. Com um megafone, Ermerson Teixeira criticou o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito dos atos antidemocráticos, e pediu a liberação do blogueiro Oswaldo Eustáquio, preso na última semana pela Polícia Federal. Em seguida, alguns manifestantes seguiram para a Praça dos Três Poderes. No ato não havia menções ao grupo armado de extrema direita 300 do Brasil, investigado no Supremo. Integrantes do grupo, entre eles a líder Sara Winter, foram presos e liberados recentemente mediante o uso de tornozeleira eletrônica. Grupos de esquerda fazem ato simbólico contra o governo Jair Bolsonaro na Esplanada dos Ministérios Pedro O apoio do brasileiro à democracia cresceu em meio ao agravamento da crise política do governo Jair Bolsonaro e atingiu o maior índice da série histórica do Datafolha. Segundo pesquisa divulgada neste fim de semana, 75% dos entrevistados consideram o regime democrático o mais adequado, enquanto 10% afirmam que a ditadura é aceitável em algumas ocasiões. O apoio atual à democracia é o maior desde 1989, quando o Datafolha começou a aferir o dado. O fechamento do Congresso é rejeitado por 78% (59% totalmente), enquanto 18% aceitam a ideia (11% totalmente). Já o do Supremo foi descartado por 75% (56% totalmente) e apoiado por 20% (14% totalmente).
Fontes: Folhapress / Yahoo Noticias / www.poptvnews.com.br