É caju para todo lado. Nessa época do ano, é possível encontrar cajueiros carregados nas praças, na beira das avenidas, dentro e fora das cidades. Os moradores de Palmas (TO) aproveitam, pegam a sacola e saem catando os frutos. O resultado é muito sabor, aroma e ótimos nutrientes. Há quem aproveite para chupar o fruto, outros fazem suco e até um saboroso doce com calda. Tomar um gostoso e refrescante suco natural de caju em plena praça é possível na capital do Tocantins. A professora bióloga Conceição Previero colhe os frutos pertinho de casa. Alguns pés espalhados pela cidade foram plantados pelos próprios moradores, que todos os anos, colhem os frutos desse plantio. A grande produção de caju no Brasil está nos estados da região nordeste. Ele é um fruto altamente perecível, ou seja, estraga rapidamente porque a composição é de 80% a 90% de água. O interessante é que a safra ocorre justamente na época da seca. "Eu digo que isso é um desafio para a questão da fisiologia vegetal, como explicar isso? Primeiramente, não somente o cajueiro, mas também as espécies nativas do cerrado têm raízes profundas, onde se busca água para na época de seca frutificar. Há algumas evidências de que ele retira também umidade pelas folhas à noite para contribuir na formação desses frutos", explicou a professora. A jornalista Lena Borges tem o privilégio de ter um pé de caju no quintal de casa. Mas as araras, que também fazem parte da natureza palmense, chegaram primeiro que ela. Nem esperaram o fruto amadurecer e fizeram a festa. O que sobrou, a Lena aproveitou para fazer doce com calda. "Meu doce de caju tem uma memória afetiva muito grande porque são os doces que nossos avós comiam, não tinham tanta disponibilidade de outro tipo de doce. Era doce de frutas que a gente comia quando criança", relembra ela. A Vayrene Milhomem é produtora rural e tem uma plantação de caju. Nessa época, ela se sente orgulhosa de mostrar a produção. "Vai ser transformado em polpa de fruta na indústria artesanal, no município de Barrolândia e sendo vendida a fruta in natura, na feira do produtor rural em Paraíso do Tocantins". Além da safra ser muito bonita, o caju é um alimento rico em vitamina C e potássio. "A vitamina C do caju chega a ser o dobro de uma laranja, por exemplo. Ele vai atuar protegendo de anemia porque a vitamina C é importante na absolvição do ferro. É importantíssimo para a nossa imunidade. Outro nutriente bacana de a gente mencionar é o potássio, importante para o metabolismo enérgico, para a formação de energia do nosso corpo, e também para contração dos nossos músculos e do nosso coração", explica a nutricionista Karolina Fogaça. As castanhas também são ricas em nutrientes. "São extremamente ricas em zinco, assim como a vitamina C, ele é muito importante para a nossa imunidade. Além de ter também uma capacidade anti-inflamatória bem importante. Outro nutriente que nós encontramos, em especial, na castanha, é o cobre, importante para a nossa produção de energia e para o metabolismo do ferro, inclusive quando nós estamos com o cobre baixo, tem um tipo de anemia que pode acontecer".
Agronegócio