Sexta-feira, 29 de
Março de 2024
Raimundo Lira
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por Raimundo Lira

Aniversário

Sou Tocantinense de nascimento e de coração - parabéns Tocantins pelos seus 32 anos

A verdadeira história do Tocantins é para quem vive e não para quem escreve

Fotos: Divulgação
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Palácio Araguaia, sede do Governo do Tocantins

05 outubro, 2020

Por Raimundo Lira

Nasci  às margens  do  Rio  Balsas Mineiro  com a barra do Gameleira.  Região  querida, onde ali  habitada por maranhenses, piauienses,  cearenses, pernambucanos etc., que com seus esforços e lutas constituíram  suas famílias. Minha estória como filho do  Tocantins, começa  pelas longas viagens de cargueiros do  Balsas Mineiro. No dia 5 de Outubro de 1988 – eu estava em Brasília (DF), quando o Presidente da Assembleia Nacional Constituinte, deputado Ulysses Guimarães (PMDB-SP), ergueu com ambas as mãos o pequeno livro que representava a bandeira brasileira, os 18 deputados e os três senadores por Goiás aplaudiram com entusiasmo a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil. Naquela tarde de calor, em 5 de outubro de 1988, no plenário da Câmara dos Deputados, o País virava a página da história com as promessas futuras de um Estado Democrático de Direito e estabilidade institucional, data da  promulgação da “Nova Constituição do Brasil”, que  também criou o “Estado do Tocantins”. A bancada goiana era formada por 18 deputados e três senadores. Na Câmara dos Deputados, exerceram mandato os deputados Aldo Arantes (PMDB), Antônio de Jesus (PMDB), Délio Braz (PFL), Fernando Cunha (PMDB), Iturival Nascimento (PMDB), Jalles Fontoura (PFL), João Natal (PMDB), José Freire (PMDB), Lúcia Vânia (PMDB), Luiz Soyer (PMDB), Maguito Vilela (PMDB), Mauro Miranda (PMDB), Naphtali Alves (PMDB), Nion Albernaz (PMDB), Paulo Roberto Cunha (PDC), Pedro Canedo (PFL), Roberto Balestra (PDC) e Siqueira Campos (PDC). O Senado abrigou Mauro Borges (PDC), Irapuan Costa Jr. (PMDB) e Iram Saraiva (PMDB). Naquela época fiz várias viagens  com meu pai “João  Vermelho”,  com o tio Leonardo Almeida, meu padrinho Antônio Paixão, tio José Sobrinho, sogro Marciano, tio Zé Tubaldo, Félix Pereira de Souza e muitos outros,  com cargas em burros [muares], trazendo  arroz limpo, banha de porcos e feijão para vender  no mercado central de   Porto Nacional. Na volta pra casa,  Papai trazia através de compras na Casa Nova Vida, nos armazéns do Senhor João Santana e de  Bernardino Costa, nas lojas de tecidos de Ludemiro Gomes e de Ananinas Santana: queronese, sal e tecidos. Enquanto o meu pai viajava, minha mãe dona Brasilina Batista Lira ficava em casa cuidando dos afazeres  e fazendo partos pela região – missão “Sagrada” que Deus lhe deu.   Em 1965 depois de ser alfabetizado na “Escola Avenida”, do saudoso “Professor Lucas Pinto de Almeida”, meu padrinho e melhor amigo do meu Pai, deixei o meu querido “ Balsas Mineiro”, para estudar em Porto Nacional. Estudei  no Grupo Escolar  Dom Pedro II, Grupo Escolar Dom Domingos Carrerot e por último no colégio Estadual ‘ Professor Florêncio Aires da Silva”.  A partir de 1968, comecei meus estudos em Goiânia – capital do estado de Goiás. Lembro que ao despedir da minha Mãe e atravessar o Rio Tocantins na  balsa – não tinha  ponte – e olhar para trás ver a “Catedral Nossa Senhora das Mercês” era muito triste e doloroso, mas quem queria estudar e buscar uma vida melhor, teria que enfrentar a tristeza e a solidão de ficar distante de seus pais; só através de cartas, eu  sabia notícias dos meus pais; eu  tinha que escrever ou que receber cartas - passei por isto. Em Goiânia, mesmo superando algumas dificuldades financeiras, eu ao lado de Aldo Azevedo Soares,  do seu irmão Aniceto Soares e de outros nortistas goianos,  participei de alguns movimentos da Cenog (Casa do Estudante do Norte Goiano), para a criação do  estado do Tocantins.  Hoje vejo de perto, o meu Tocantins, um gigante, décimo maior produtor de soja, onde as águas abundantes, chapadões e serras com clima de savana, além da paisagem de cerrado, com direito a dunas alaranjadas, rios encachoeirados, nascentes e impressionantes formações rochosa, do Jalapão, encantam turistas do Brasil inteiro e do mundo. A verdadeira história do Tocantins é para quem vive e não para quem escreve. Parabéns “ Tocantins”, pelo seus 32 anos.  Sou goiano tocantinense e tenho o privilégio – que muitos não tem - de ter duas capitais: Goiânia(GO) e Palmas (TO). Até o próximo!

Raimundo B. Lira  é filho de Porto Nacional (TO),  jornalista, Internacionalista e Presidente da Comissão Provisória para a Organização e Legalização da Associação Brasileira de Blogs e Sites (AABBwebsite / Brasília - DF). Os artigos de opinião e/ou as matérias assinadas,  não refletem necessariamente a opinião  do site, portanto  são de responsabilidade de seus autores, sem vínculos empregatícios e do cumprimento de horário de trabalho.  Texto intelectual protegido pela Lei dos Direitos Autorais  (9.610/98). Este conteúdo pode  ser republicado, desde que cite a fonte e autoria.