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Brasília

Disputa

Eduardo Gomes (MBD-TO) líder do governo no Congresso, também é citado para a presidência do Senado Federal

Partido com a maior bancada da Casa mira comando após STF barrar reeleição. Nomes de Eduardo Braga (AM)), Eduardo Gomes (TO), Fernando Bezerra Coelho e Simone Tebet (MS) são especulados

Foto: Senado Federal
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Eduardo Gomes (MBD-TO) líder do governo no Congresso Nacional

07 dezembro, 2020

Brasília (DF) - Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de barrar a reeleição de Davi Alcolumbre (DEM-AP), o MDB, maior bancada do Senado, vai tentar voltar ao comando da Casa. Entre aliados de Alcolumbre, o partido é apontado como favorito, mas outras bancadas correm por fora. Na prática, o julgamento do Supremo fez o cenário retornar à estaca zero. Dentro do xadrez, senadores ainda aguardam o "plano B" de Alcolumbre na eleição. O líder do MDB, Eduardo Braga (AM), é apontado como possível candidato. Eduardo Gomes (TO), líder do governo no Congresso, também é citado por colegas de bancada. O MDB tem atualmente 13 integrantes no Senado. O líder do governo na Casa, Fernando Bezerra Coelho (PE), e a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Simone Tebet (MDB-MS), também são colocados como pré-candidatos em uma disputa interna da sigla. Por enquanto, o discurso na bancada é de costurar um nome de consenso para lançar um candidato e atrair o apoio de outras legendas. A intenção do MDB é voltar ao comando do Senado. Em todo o período da Nova República, desconsiderando os interinos, o partido só não presidiu em Casa em duas ocasiões: de 1997 a 2011, quando o presidente foi Antônio Carlos Magalhães (antigo PFL, hoje DEM), e Davi Alcolumbre. Antes mesmo da decisão do STF, Braga avisou que a legenda com Alcolumbre fora da disputa. "Os dois Eduardos têm a pretensão, que é legítima. Eu vou trabalhar para o MDB ter um nome só para não incorrer no mesmo erro da eleição passada", disse o senador Marcio Bittar (MDB-AC), vice-líder do partido no Senado. Em 2019, Renan Calheiros (AL) e Simone Tebet (MS) se lançaram na disputa. Na última hora, Tebet retirou o nome para apoiar Alcolumbre contra Renan. Entre aliados de Alcolumbre, o MDB é citado como o favorito para vencer a disputa de fevereiro. Durante o mandato, Alcolumbre agiu como um líder informal do governo no Senado. A negociação de recursos extras além das tradicionais emendas parlamentares a senadores aliados, revelada em julho, deve facilitar a articulação governista para manter a presidência do Senado com algum aliado. Ao menos 50 senadores foram beneficiados com a verba extra para ações em suas bases. O "presente" concedido a senadores com afinidade com o Executivo é lembrado por adversários do presidente do Senado como empecilho à construção de uma candidatura forte que tenha verniz de "independência". Senadores apostam que a sinalização do governo e o apoio de Alcolumbre serão determinantes à sucessão. "Davi se torna o principal cabo eleitoral, mas a possibilidade de novas candidaturas se abriu", afirmou o senador Carlos Viana (PSD-MG), vice-líder do governo no Senado. O PSD, que tem a segunda maior bancada, com 12 integrantes, deve se reunir para definir uma estratégia. A maior parte da bancada é próxima do governo, apesar de haver senadores que fazem oposição a Jair Bolsonaro, como o líder do partido, Otto Alencar (BA). No xadrez da sucessão de Alcolumbre, nomes são citados nos bastidores como "terceira via" na disputa. Entre eles, está o vice-presidente do Senado, Antonio Anastasia (PSD-MG), aliado do presidente da Casa, que por enquanto nega a possibilidade a interlocutores. "A melhor das possibilidades", apontou Carlos Viana. Tasso Jereissati (PSDB-CE) também é lembrado. Na semana passada, ele assinou um manifesto contra a possibilidade de o STF liberar a reeleição, apesar de ter sido um dos principais articuladores da candidatura de Alcolumbre em 2019. Membros do Muda Sendo, que reúne 19 integrantes da Casa e faz oposição interna a Alcolumbre, se reúnem na próxima quinta-feira, 10, para definir uma linha de atuação. Nesse grupo, o líder do PSL, Major Olimpio (SP), se lançou como pré-candidato, mas pode abrir mão de concorrer para apoiar um nome com maior viabilidade. O líder do Podemos, Alvaro Dias (PR), que disputou o cargo na última eleição, também é citado. Ele, porém, nega estar no páreo. "A disputa voltou à estaca zero, vamos discutir ainda", declarou, ao falar do cenário interno na Casa. Com 10 senadores, o Podemos é a terceira maior força no Senado.

Fontes: www.poptvnews.com.br / Colaboradores